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terça-feira, 14 de julho de 2015

Liberação de Nutrientes na Solução do Solo

imagem adaptada:http://www.lesbeauxjardins.com

Solução do solo é a fase líquida onde estão dispostos os nutrientes essenciais que serão absorvidos pelas plantas através do seu sistema radicular. Portanto, na solução do solo temos íons (soluto) e água (solvente).
Complexo argilo-húmico é a reserva de nutrientes do solo de grande importância, pois tendo cargas negativas retém os nutrientes (carga positiva) essenciais às plantas. Pelo processo de troca, estes nutrientes passam para a solução do solo sendo absorvidos pelas plantas.                   

Vamos supor duas fases:

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Análise do Extrato de Saturação do Solo


O extrato de saturação do solo nada mais é do que a solução do solo. A solução do solo, além de fornecer água para as plantas, carrega os nutrientes necessários às plantas e essencial para as trocas entre as raízes e a parte sólida do solo. Coletadas as amostras, elas são enviadas ao laboratório de análise do solo. Lá, é adicionada água ao solo até atingir o ponto máximo de saturação, obtendo-se uma pasta ou "pasta de saturação". A quantidade de água depende da textura do solo. Solos

terça-feira, 2 de março de 2010

Absorção dos Nutrientes da Solução do Solo

A solução do solo, na maior parte deles, apresenta uma baixa concentração de nutrientes; nesta solução fraca passa bilhões de íons por complexos de trocas, e por processos de difusão, com a finalidade de por à disposição das raízes das plantas, os nutrientes necessários desde o seu desenvolvimento até a formação de grãos e frutos. A absorção dos nutrientes pelas raízes possui dois modos: ativo e passivo.

Passivo
Consiste na difusão dos nutrientes, que se movem na direção de altas para baixas concentrações.

Ativo
É mais complicado que o modo passivo, pois depende de energia despendida pelas plantas. Aqui a necessidade de oxigênio no solo é fundamental; uma falta de oxigênio compromete a produção de energia pelas raízes limitando a absorção de nutrientes. Isto prevalece em solos inundados. O milho, em solos inundados, mesmo com uma alta disponibilidade de nitrogênio no solo, apresenta deficiência  deste nutriente.
O potássio, em solos cultivados com alfafa, a má drenagem causa deficiência deste nutriente.
As baixas temperaturas dos solos também limitam a produção de energia, e, consequentemente, aparecem deficiências de fósforo ou zinco.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Fósforo no Solo e a Solubilidade dos Fosfatos

O fósforo, no solo, encontra-se na fase sólida – orgânica e inorgânica, e na fase líquida – solução do solo. Nesta solução ele está presente como ânions H2PO4 e HPO4 e sua concentração é menor que 0,01 mg/dm³. Esta é apenas uma pequena fração do fósforo total, e é a forma solúvel que as plantas absorvem. A absorção do fósforo pelas plantas se verifica sob a forma de ânions encontrados na solução do solo: o ânion H2PO4 predomina em solos ácidos e é chamado de ortofosfato primário; o ânion HPO4 em solos alcalinos e é chamado de ortofosfato secundário.
Tem sido adotada a expressão elementar de P para indicar os teores de fósforo ao invés de indicar o óxido P2O5. As plantas não utilizam nem o elemento puro e nem a forma de óxido (P2O5). É mais uma diferença acadêmica do que prática. Usam-se conversões como:
P2O5 x 0,437 = P
P x 2,29 = P2O5
Na dissociação, há formação de H+ que ocasiona um abaixamento do pH ao redor do grânulo de adubo.
Nos fertilizantes, o fósforo precisa combinar-se com hidrogênio, cálcio, oxigênio e outros elementos, porque as plantas não podem usá-lo, como os demais nutrientes, na sua forma elementar ou pura: na forma elementar, o fósforo queima-se quando em contato com o ar; o nitrogênio é um gás inerte, sem cor; o potássio se queima quando em contato com a água.
O teor de P2O5 em um fertilizante é expresso em porcentagem (%); é considerado prontamente disponível para as plantas em crescimento. Ele tem sido utilizado tradicionalmente para expressar o fósforo disponível. É chamado, também, óxido de fósforo, ou pentóxido de fósforo, ou anidrido fosfórico. Na realidade, o P2O5 nunca é encontrado como tal nos fertilizantes, mas o teor de fósforo contido neles tem sido expresso em P2O5%. É mais do ponto de vista histórico, tradição. Em ácidos onde não se verifica a presença de molécula de água ou, pelo contrário, se tem a presença de mais de uma molécula de água, ocorre o seguinte: 2 x H3PO4 = H6P2O8
3 x H2O     = H6O3
H6P2O8 - H6O3 =  P2O5
No material de origem do solo, o P encontra-se na forma mineral, em maior parte, como fosfato de cálcio. Pela ação do intemperismo e de outros fatores que atuam na formação do solo, o fósforo é liberado para a solução do solo. Parte do fósforo é “adsorvida” pelos minerais secundários, e parte é “absorvida” e incorporada pelos microorganismos do solo; isto faz com que aumente a proporção de fósforo orgânico. Apesar do fósforo total do solo ser muito grande, apenas uma parte dele está em equilíbrio com o fósforo da solução do solo, e pode ser utilizada pelas plantas durante o seu desenvolvimento. Esta fração de P total é chamada “lábil” e é avaliada através de extratores na análise do solo.
Os solos são deficientes em fósforo devido ao processo de fixação; as plantas precisam de fósforo para produzir grãos e frutos; a exportação de P pelos vegetais é grande, correspondendo até 0,5% da massa seca.
Na maior parte dos solos, a solução do solo é muito baixa em concentração de nutrientes. Entretanto nesta solução fraca passam bilhões de íons por meio de complexos de troca e processos de difusão, com a finalidade de prover as raízes das plantas e a partir delas as folhas, grãos e frutos. Porém, muitos fatores afetam estes processos: disponibilidade de água; suprimento de oxigênio; atividade microbiana; temperatura do solo; e concentração de nutrientes.
O suprimento de oxigênio é um fator muito crítico, pois faltando o oxigênio a produção de energia pelas raízes é comprometida, e, com isto, a absorção de nutrientes é limitada. É o caso dos solos inundados ou com má drenagem.
Quanto à temperatura, solos frios reduzem o processo de absorção porque a produção de energia respiratória é prejudicada. Nestas condições ocorrem deficiências de fósforo e zinco.
A rocha fosfatada é a principal fonte de fósforo: são os fosfatos naturais. Estes podem ser ígneos ou sedimentares. Os ígneos, de origem vulcânica, são de baixa eficiência agronômica; sua reatividade, no solo, é quase zero; são de baixa solubilidade nos extratores ácidos fórmico e cítrico; são insolúveis em água. As rochas sedimentares, por sua vez, formadas por depósitos de animais marinhos, são brandas, estrutura frágil, com maior substituição isomórfica; são mais reativas, pois sua solubilidade em extratores ácidos é maior, apesar de serem insolúveis em água; sua eficiência agronômica é mais alta.
Na minha opinião, considero fosfatos naturais reativos para aplicação direta na agricultura: quando forem de origem sedimentar com alta brandura; apresentarem alto teor de fósforo solúvel no ácido fórmico 2% relação 1:100; terem mais de 55% do fósforo total solúvel no ácido fórmico 2% 1:100; aplicados em pó ou submetidos a uma granulação soft que os permitam, em contato com a umidade do solo, voltarem rapidamente à forma de pó.
Para que haja aproveitamento do P pelas plantas é preciso que ocorra a dissolução da apatita: Ca10(PO4)6 + H = Ca + HPO4
Então, a eficiência do fosfato natural será maior em solos ácidos, onde o Al não seja limitante, e em solos com P e Ca baixos. Em solos com alto teor de Ca e pH maior que 5,5 esta eficiência agronômica cairá porque a reação de dissolução não encontrará condições favoráveis. Por causa disto, a indústria de fertilizantes utiliza ácidos para romper a estrutura cristalina dos fosfatos naturais pouco reativos com a finalidade de aumentar a sua eficiência agronômica.
Nos fosfatos parcialmente acidulados, oriundos do tratamento da rocha fosfatada com uma menor quantidade de ácido sulfúrico, uma parte do fósforo torna-se solúvel em água e a outra continua insolúvel em água. A Legislação de Fertilizantes, no caso dos fosfatos parcialmente acidulados, obriga garantir o teor de P2O5 solúvel em citrato neutro de amônio (CNA) + água. Os teores de P2O5 solúvel em água e total somente quando são vendidos isoladamente. Nestes fosfatos, tem-se uma liberação imediata do fósforo (vindo da solubilização) e a outra parte permanece insolúvel.
O fósforo solúvel em água reage instantaneamente no solo liberando grandes quantidade de fósforo que são adsorvidos aos colóides do solo. O fornecimento de P às plantas dependerá da reatividade do fósforo e da capacidade do solo de fixá-lo. Por isto os fosfatos devem ser aplicados no momento da semeadura, pois a ligação com os colóides do solo torna-se muito forte com o passar do tempo; além disto, os fosfatos devem ser aplicados em grânulos e na linha de semeadura para diminuir a área de contato com os colóides inorgânicos e tornar menor a adsorção.
E os fosfatos naturais reativos quando aplicados diretamente no solo? Os fosfatos naturais reativos (falo somente em reativos), pelo contrário, devem aumentar a área de contato com os colóides do solo e devem ser aplicados a lanço e incorporados ao solo.
Lembre-se! Só haverá liberação de P : quando o solo fornecer H para a reação; quando o P e Ca da solução, que foram liberados pela dissolução, sejam consumidos.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A importância de conhecer a CTC do Solo

O solo é constituído de três fases: sólida, líquida e gasosa. A sólida é formada pelas partículas originadas da decomposição de rochas; a líquida seria a água, a solução do solo; a gasosa seria o gás carbônico (CO2) e o oxigênio (O). Os solos foram formados pela ação do vento, chuva, calor, frio, geada que decomporam as rochas (intemperismo). O material resultante desta decomposição sofre interações químicas que resultaram em minerais, ou seja, os nutrientes, cujos íons estão na solução do solo. Óxidos de ferro e de alumínio reagiram com a sílica formando as argilas 2:1 e 1:1. Esta relação expressa sílica:alumínio. As argilas 2:1, são características dos solos temperados enquanto as 1:1, dos solos tropicais. Houve, ainda, formação de silte e areia. O perfil de um solo é formado de horizontes e/ou camadas de diferentes cores de acordo com a presença de ferro hidratado, teores de cálcio, óxido de silício e de matéria orgânica. Em comparação aos solos temperados, os solos tropicais são mais quentes, maior teor de alumínio do que de sílica e capacidade de troca de cátions (CTC) baixa. A decomposição da matéria orgânica é mais rápida. A absorção de água, pelas plantas, é maior. Em solos ácidos e arenosos há maior lixiviação de cátions, principalmente pela CTC e matéria orgânica baixas.
Os cátions estão retidos nos coloides do solo. Eles podem ser substituídos por outros cátions. A fórmula de cálculo refere-se à soma dos íons positivos (cátions) como cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K) e sódio (Na) mais os íons hidrogênio (H) e alumínio (Al). Estas cargas positivas são adsorvidas pelas argilas em troca com as cargas elétricas negativas. Portanto, a CTC refere-se à quantidade de cargas negativas. A soma destas cargas elétricas negativas é representada pela CTC e nelas estão ligadas eletricamente os íons de cargas positivas. Lembre-se que os íons de carga elétrica semelhante se repelem e os de carga elétrica diferente se atraem.
Os solos são formados de partículas de argila e matéria orgânica que são os coloides. Estes apresentam cargas negativas predominantemente, se bem que podem apresentar cargas positivas. Por isto é que as partículas atraem os cátions adsorvendo-os na sua superfície. Isto é muito bom porque ao serem adsorvidos pelos coloides, os íons não são tão facilmente carregados pelas águas das chuvas. A planta absorve a água do solo e com ela o nutriente que estava adsorvido. E isto faz com que os coloides, ao perderem íons, atraem novos, estabelecendo-se a troca. A capacidade de um solo trocar seus íons é chamada capacidade de troca catiônica, quando são cátions, e capacidade de troca aniônica, quando são ânions. Conhecer a CTC de um solo é muito importante para elevar a produtividade.
Solos com argila de baixa reatividade, baixo teor de matéria orgânica e baixa CTC não retém cátions. Já solos com argila de alta reatividade apresentam CTC alta e podem reter grandes quantidades de cátions. Solos arenosos apresentam baixo teor de matéria orgânica e baixa CTC e são mais suscetíveis às perdas de nutrientes por lixiviação. Estas características são importantes para definir as doses e épocas de aplicação dos fertilizantes para aumentar a eficiência do adubo.
"O que o solo não pode reter de nutrientes será lixiviado".Origem das cargas negativas:A origem das cargas elétricas negativas podem ser explicadas pelos seguintes aspectos:
1. Rompimento do cristal de argila:Quando isto acontece os grupos (OH)‾ podem ficar expostos e o H+, levemente retido nestes radicais OH, é facilmente trocado por outro cátion.
2. Substituição isomórfica:
Nas argilas tipo 2:1 (as montmorolonitas) alguns Al³+ são substituídos por Mg²+. Resulta, então, uma valência livre de carga elétrica negativa que não sofreu substituição pois o Al é trivalente enquanto o Mg é divalente.
As cargas geradas são permanentes pois não dependem do pH do solo para ocorrerem.
3. Dissociação do grupo OH:Na argila ou na matéria orgânica, a presença de OH nos cristais pode ocasionar a dissociação do H+ havendo formação de uma carga elétrica negativa.
Elevação do pH
Origem das cargas positivas:As cargas positivas, como já vimos, são em número menor que as cargas negativas. A presença de matéria orgânica, que é formada por cargas negativas e dependentes do pH do solo, mantém uma quantidade de cargas negativas na superfície do solo mesmo que exista um grande teor de cargas elétricas positivas. Mas, em certos solos, pode-se encontrar nas camadas superficiais uma predominância de cargas elétricas positivas. Nestes solos, os compostos formados de óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio sob condições de pH baixo, verifica-se a "protonação" com a ocorrência de cargas elétricas positivas.

RECOMENDO LER OS ARTIGOS ABAIXO

CTC's efetiva e potencial do solo
Cátions trocáveis e CTC's na análise do solo
Quanto adicionar de K para saturar a CTC do solo
Argilas e níveis de CTC no solo


quinta-feira, 30 de julho de 2009

Eficiência dos Fertilizantes - Parte II - perdas de Fósforo e Potássio

Na postagem Parte I sobre a Eficiência dos Fertilizantes em relação às perdas de nutrientes no solo, comentamos sobre o Nitrogênio: Ciclo do N, processos que ocorrem no solo, perdas do nutriente. Vamos prosseguir, nesta postagem, comentando as perdas de fósforo e o potássio.
Para acessar o artigo Eficiência dos fertilizantes - Parte I - perdas de nitrogênio 
(Clique aqui)

O FÓSFORO:
Dos três macronutrientes primários (NPK) exigidos pelas plantas, o fósforo é absorvido em pequenas quantidades. Mas sua presença no solo é indispensável para o crescimento e produção de grãos e frutos. Afirma-se que quando as plantas atingirem 25% da altura total, elas já armazenaram 78% de suas necessidades totais em fósforo. Isto explica porque deve haver um suprimento adequado de fósforo no momento que as plantas começam a germinar, particularmente em plantas de ciclo curto. Os fertilizantes fosfatados, sob a forma solúvel em água, reagem, no solo, com o ferro, alumínio, argilas, matéria orgânica, formando compostos insolúveis não aproveitáveis pelas plantas. Por isto, uma cultura aproveita apenas 15 a 30% do fósforo aplicado como fertilizante. Isto explica o porquê das fórmulas de fertilizantes (NPK) apresentarem o teor, relacionado ao fósforo, em maior quantidade se as plantas exigem pequenas quantidades deste nutriente. Por exemplo: a fórmula 5-30-25 é um adubo NPK contendo 5% de nitrogênio (N), 30% de fósforo (P) e 15% de potássio (K). Nesta fórmula, o maior nutriente em quantidade é o fósforo (P=30). Por que? Como vimos as plantas aproveitam de 15 a 30% do fósforo aplicado no solo. Portanto, a necessidade de se utilizar fórmulas com altas concentrações de fósforo para liberar aquela quantidade que a planta necessita para o seu desenvolvimento até à maturação. O restante do fósforo que foi fixado no solo será liberado com aplicações de calcário (calagem).

Lavagem do P: no solo, o fósforo é pouco móvel pois é firmemente retido não sofrendo com a percolação. Mesmo em campos irrigados, a água de drenagem apresenta valores de fósforo que não excedem a 1 mg/dm3. Sendo assim, as perdas de fósforo por percolação são desprezíveis.

Erosão: é a responsável pelas maiores perdas de fósforo. Na erosão, verifica-se perdas de matéria orgânica e partículas coloidais com fósforo. Além do fósforo, outros nutrientes, como o nitrogênio e o potássio, sofrem grandes perdas pelo carregamento do solo onde estão contidos.

Fósforo fixado: – é aquela forma de fósforo mineral que se encontra combinada a outros elementos como cálcio, ferro e alumínio, formando compostos não assimiláveis pelas plantas. Esta fixação depende das condições inerentes a cada solo e pode ocorrer com maior ou menor intensidade. É um problema muito sério em solos ácidos. A calagem é uma das formas de minimizar a fixação. Os íons OH, gerados pela reação do calcário no solo, ocupam o lugar dos íons de P liberando o nutriente para a solução do solo. As argilas, do tipo caulinitas, com relação 1:1 (sílica e alumínio) contribuem para a fixação do fósforo. A taxa de recuperação do P pelas culturas é baixa (15 a 30%).
Fósforo imobilizado: é aquela forma de fósforo que se apresenta na fórmula orgânica não assimilável pelas plantas. Este fósforo torna-se disponível para a planta pela mineralização da matéria orgânica.
Fósforo adsorvido: é aquela fração de fósforo que se encontra preso ao complexo coloidal do solo tornando-se disponível através de trocas com as raízes.
Fósforo assimilável:– é aquela parte de fósforo que se encontra diluído na solução do solo sendo facilmente absorvida pelas plantas.
Fósforo disponível  =  fósforo adsorvido  +  fósforo assimilável
CICLO DOS FOSFATOS SOLÚVEIS


1. O fosfato solúvel em água em contato com a solução do solo, solubiliza-se tornando-se imediata e totalmente disponível. Parte deste fósforo fica diluído na solução do solo e parte fica adsorvido ao complexo coloidal (argilas), por troca iônicas com OH-;
2. Nossos solos sendo ácidos apresentam elevados teores de ferro, e alumínio e outras bases e, portanto, grande parte do fósforo disponível é fixada, formando compostos de ferro e alumínio insolúveis;
3. Parte do fósforo disponível é absorvida pelos vegetais e pelos microorganismos do solo para obterem a energia para viverem. Temos, então, o fósforo imobilizado;
4. O fósforo fixado poderá voltar a ser disponível pela ação dos ácidos orgânicos provenientes da mineralização da matéria orgânica e pela acidez livre do solo (H+), pelas secreções ácidas das raízes e pelo gás carbônico do ar do solo;
5. Com a morte dos microorganismos do solo e dos restos de culturas, o fósforo imobilizado pode tornar-se, novamente, disponível para as plantas pelo processo de mineralização da matéria orgânica. O número de microorganismos no solo é grande. Apenas em 1 grama de solo encontramos de milhares a milhões de fungos, bactérias, algas e protozoários, etc...Nesta ação de desdobramento da matéria orgânica do solo pelos microorganismos, resultam ácidos fracos ( acético, cítrico, fórmico e outros) os quais podem solubilizar as formas de fósforo fixado. Parte do fósforo é aproveitado pelos microorganismos e parte fica disponível na solução do solo para ser absorvida pelas plantas ou ser novamente fixada.

Retrogradação do P:

ocorre em solos com alto teores de cálcio (Ca). O fósforo do fertilizante é convertido em fosfato tricálcico de baixa disponibilidade para as plantas. É como se o fósforo do fertilizante voltasse à forma de rocha fosfatada. A indústria de fertilizantes utiliza a rocha fosfatada para a obtenção de superfosfatos (fosfatos acidulados) pelo ataque dos ácidos sulfúrico e fosfórico, com a finalidade de transformar o fósforo insolúvel em fósforo disponível para as plantas. O fósforo retrogrado não é perdido mas sua disponibilidade torna-se lenta.

O POTÁSSIO:
Fixação do K: o potássio (K) não reage no solo como fósforo. O potássio está presente na solução do solo ou adsorvido aos coloides. Nos processos de troca, ele é deslocado das posições de trocas dos colóides do solo e ingressa na solução do solo onde é absorvido pelas plantas. Algumas argilas têm a capacidade de fixar o potássio. Este K fixado pode ser trocado por outros cátions.

Lavagem do K:
na solução do solo o K é móvel e sujeito às perdas por lavagem. Entretanto, como a concentração de K na solução do solo é muito baixa, as perdas por lavagem são muito pequenas. Exceto em solos arenosos e de baixa capacidade de retenção de cátions (CTC), onde elas são maiores.

CONCLUSÃO:
Em função de todos os processos que comentamos nas postagens I e II, de todas as perdas sofridas pelos macronutrientes NPK, foi estimada um percentual de aproveitamento dos nutrientes, com fatores específicos para cada um, conforme quadro abaixo:


Das quantidades ne NPK aplicadas no solo, coloca-se duas vezes mais N, de três a cinco vezes mais P2O5 e 1,5 vezes mais K2O.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Formas de aplicação do Fósforo

Dos três nutrientes NPK aplicados no solo, o fósforo (P) é aproveitado pelas plantas em menor quantidade. Entretanto, nas formulações de adubos, o fósforo é o que apresenta o teor mais elevado. Exemplo: 05-30-15; 10-30-10; 08-24-12. Isto se deve ao fato de que, no solo, o fósforo é fixado pela acidez e pela presença dos íons Fe e Al forma compostos insolúveis de ferro e alumínio que não são aproveitáveis para as plantas. Estima-se de que do fósforo aplicado no solo, a planta aproveita de 15 a 25%. Daí, a necessidade de ser feita uma calagem prévia para corrigir a acidez do solo criando condições melhores para a disponibilidade do fósforo para as plantas. Nos solos naturais dos cerrados, o fósforo é o principal fator limitante da produtividade. Os superfosfatos, simples ou triplo, quando são aplicados no solo, todo o fósforo é retido na fase sólida dando origem a compostos pouco solúveis. Entretanto, uma parte deste fósforo é absorvida pelas plantas. O fósforo é pouco móvel no solo e chega até a planta por difusão. Quando os fosfatos solúveis em água são aplicados, a reação é rápida e mantém a solução do solo saturada de P ao redor do grânulo do adubo. Isto cria um gradiente de concentração fazendo com que a água se movimente até a sua direção, e existe uma difusão da solução das regiões mais concentradas para as menos concentradas. Isto garante soluções com fósforo suficiente para atender à absorção pelas plantas através das raízes. Uma alternativa para melhorar este quadro é o produtor aplicá-los de maneira correta. As formas de aplicação mais utilizadas são: no sulco, na cova, em faixas, a lanço, na superfície com ou sem incorporação.
A aplicação localizada tem uma série de vantagens:
1. aplicação de doses menores do que a usada a lanço;
2. em virtude da menor área de contato, a fixação do fósforo também é menor;
3. os grânulos dos adubos fosfatados ficam ao alcance das raízes quando as plantas estão desenvolvendo o sistema radicular;
4. para quem é arrendatário a aplicação localizada é mais econômica porque diminui os custos do uso de fertilizantes. A aplicação em toda a área, no intuito de aumentar a fertilidade, beneficia somente o proprietário.
Por sua vez, a aplicação a lanço permite, também, uma série de vantagens:
a. ela permite a aplicação de doses elevadas de fósforo, como no caso da correção do solo (fosfatagem) elevando a produtividade das culturas;
b. a aplicação a lanço e depois a incorporação promovem um maior desenvolvimento do sistema radicular da planta que facilita uma melhor absorção dos nutrientes e a busca por água;
c. nas pastagens formadas, a única maneira de aplicar o fósforo é a lanço.
Entretanto, em solos de baixa fertilidade a aplicação antecipada do fósforo parece não ser recomendada. Em lavouras de primeiro ano, pior ainda. Resultados de pesquisa mostram que, nestes solos, o melhor é aplicar na linha de semeadura. Nos solos que se faz a fosfatagem, pode-se aplicar o fósforo a lanço, no momento da correção, e depois fazer as adubações de manutenção aplicando-o no sulco.
Surge uma interrogação. A aplicação a lanço, pala maior área de contato, não aumentaria a fixação do fósforo?. Existe um trabalho de Souza e Volkweiss onde o volume de solo que entra em contato com o grânulo de fertilizante fosfatado foi estimado. Dose de 200 kg/ha de P2O5, aplicada a lanço, com grânulos de 2, 4, 6 mm, o volume de solo ocupado com fósforo foi de 25, 15 e 9%, respectivamente
Há recomendações de que nos cerrados, as doses de P2O5 superiores a 100 kg/ha devem ser aplicadas a lanço. Nas doses inferiores, a recomendação é para aplicação em sulco.
Em pastagens estabelecidas, os fosfatos solúveis em água podem ser lançados em cobertura. Souza e outro, mostraram que a aplicação de dosagens de fósforo de 30 kg/ha, a cada dois anos, permitiram uma maior produtividade dos pastos de 98 a 110%. Isto foi benéfico no aumento da quantidade de matéria seca.
No sistema de plantio direto, o comportamento do fósforo é diferente porque não houve um revolvimento do solo e isto diminui o contato entre os íons de P e os coloides do solo. A fixação do fósforo é amenizada. A mineralização lenta da matéria orgânica promove a liberação de formas orgânicas de fósforo, diminuindo a fixação do mesmo. Devido a maior decomposição da matéria orgânica, são liberadas cargas negativas orgânicas que sequestram as cargas positivas, como Fe e Al, diminuindo o processo de fixação do fósforo. Se conclui, então, que a adoção de práticas para aumentar os níveis de matéria orgânica promovem um benefício para um maior aproveitamento do fósforo pelas plantas. Por isto, o aproveitamento do fósforo aplicado em áreas de plantio direto é maior do que aquele aplicado em áreas convencionais. No plantio direto, como o fósforo é pouco móvel no solo, verifica-se uma maior concentração entre 0-5 cm de solo. Porém, as raízes das plantas encarregam-se de distribuir o fósforo à camadas mais profundas aumentando a disponibilidade

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A água do Solo - Parte II

Na postagem anterior, Parte I verificamos ocomportamento da água no solo, a necessidade de um melhor desenvolvimento do sistema radicular, a capacidade da planta e do solo em reter água. Na Parte II, teremos a oportunidade de analisarmos os mecanismos de transporte e absorção dos nutrientes do solo.

Como se verifica a absorção e transporte de íons.

1. Interceptação pelas raízes ou “captação pelas raízes”
. Depende do desenvolvimento do sistema radicular da planta que, por sua vez, depende de um nível adequado de umidade. Ela é importante para os nutrientes não móveis como o cálcio e o magnésio. Este mecanismo se verifica quando a raiz cresce e encaminha os nutrientes que são absorvidos. A interceptação de raízes facilita a ação dos outros mecanismos de transporte: a difusão e o fluxo de massa.

2. Fluxo de massa. Se verifica quando o nutriente é carregado de um local de maior potencial de água para um de menor potencial, próximo das raízes. Existe um potencial de água no solo maior que aquele junto à raiz. A transpiração da planta é que causa esta diferença de potencial e que acarreta o movimento de massa da água em direção à raiz carregando os íons que se encontram na solução do solo. O fluxo de massa segue o fluxo de absorção e perda de água da planta. Resulta das perdas de quantidades de água pelas folhas, sendo ponto de partida para uma complexa série de “gradientes de concentração” desde a superfície das folhas até chegar à superfície do sistema radicular. Os nitratos e sulfatos são exemplos de nutrientes absorvidos por este mecanismo.

3. Difusão. O nutriente entra em contato com a raiz ao passar de uma zona de maior concentração para uma de menor concentração, próxima à raiz. O fósforo e o potássio estão firmemente adsorvidos ao solo e, consequentemente, em baixo teor na solução do solo. A difusão passa a ser o mecanismo de transporte. Ocorre quando a absorção é superior à chegada do nutriente à superfície da raiz. Cria-se um gradiente de concentração que proporciona a difusão dos nutrientes. Na presença da água, os íons que estão mais longe são arrastados para mais perto. Este processo é mais rápido em solos com umidade. Se o teor de umidade decresce no solo, a absorção de fósforo, pelas pequenas plantas de milho, é reduzida. A aplicação de fertilizantes em áreas úmidas do solo, ocupadas pelas raízes, provoca uma melhora na absorção dos nutrientes em relação à aplicação em um solo seco. Por isto, a vantagem de incorporar o fertilizante com aração, e coberturas seguidas de irrigação ou tempo para chuva.

A fertilização adequada aliada a outras técnicas corretas, aumenta a produtividade das culturas por unidade de água disponível, por uma série de fatores:
a. o crescimento inicial das plantas é melhorado e com isto a área foliar aumenta e uma melhor fotossíntese;
b. o desenvolvimento do sistema radicular é maior, com raízes mais profundas que vão buscar água a maiores profundidades no solo além de suportar melhor os períodos de seca;
c. aumento da cobertura vegetal que torna menores as perdas por escorrimento (erosão), facilitando uma maior infiltração de água.
d. acelera a maturidade das plantas e com isto faz com que o período que ficarão dependentes de água seja menor.