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quarta-feira, 22 de abril de 2015

Excesso ou Deficiência de Nutrientes no Solo Limita a Produção

A planta necessita de 16 elementos nutritivos para completar seu ciclo de vida e fornecer produções importantes que tragam lucro para o produtor rural. Destes, 13 nutrientes não podem faltar na solução nutritiva do solo com objetivo de atender as necessidades das plantas. A ausência de apenas um deles é suficiente para limitar a produção. É a famosa Lei de Liebig. O solo pode estar bem provido de nutrientes, mas se, por exemplo, o zinco estiver deficiente, a produção da planta vai ser limitada ao fornecimento de zinco. Por outro lado, o excesso de um deles pode provocar toxicidade com sérios prejuízos ao desenvolvimento e à produção das plantas. A

terça-feira, 18 de junho de 2013

Micronutrientes - Tipos e Modos de Aplicação



Os fertilizantes NPK, no decorrer do tempo, passaram a ter na sua composição os micronutrientes. Com o avanço da agricultura, novas áreas foram incorporadas e o incremento da produtividade passou a exigir, além dos macronutrientes, a incorporação de micronutrientes, tanto via solo como via foliar. A calagem sem análise do solo, com o produtor empregando maiores quantidades, promoveu uma indisponibilidade dos micronutrientes e, consequentemente, deficiências dos mesmos no solo. A utilização de fórmulas mais concentradas em NPK não deram oportunidade à adição dos micronutrientes. A recomendação de micronutrientes vem sendo apoiada nas tabelas de recomendação de adubação para os diversos Estados brasileiros. Outra alternativa

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Goiabeira - Parte 3 - Adubação de Produção


Continuando com a nossa série de postagens sobre a cultura da goiaba, vamos abordar, neste artigo, a recomendação de adubação de produção, a utilização da fertirrigação e o uso de micronutrientes. Já comentamos, em postagens anteriores, sobre a calagem na implantação de um pomar de goiabeiras, adubação na cova. por ocasião do plantio, adubação de formação e utilização da fertirrigação. Estes artigos, os leitores poderão

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Reposição de Micronutrientes Exportados em Citros

A utilização da prática de reposição dos micronutrientes exportados pelas plantas de citros só é válida quando os teores deles estiverem nas faixas de interpretação "alta" ou "muito alta". Quando a análise acusa teores nas faixas de interpretação de baixo a médio, é imperativo a adubação de manutenção. No caso dos teores de micronutrientes estiverem na faixa alta ou muito alta, utilizam-se fontes de micronutrientes para repor os micros exportados pelas plantas no desenvolvimento e na produção de frutos. Os teores a serem repostos são em função da produtividade que se espera alcançar em t/ha. As tabelas de interpretação dos teores, tanto no solo como nas folhas, poderão ser vistas acessando o link abaixo:

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Fertilidade do Solo e Nutrição das Plantas

A fertilidade é a principal característica de um solo. As plantas precisam de dezesseis elementos para completar seu ciclo de vida. Destes, três são retirados do ar - carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O); os outros treze nutrientes essenciais elas retiram do solo para o seu crescimento e produção de frutos, grãos, forragens, etc.

terça-feira, 13 de abril de 2010

As Vantagens da Fertirrigação

A fertirrigação, muito utilizada na fruticultura, no mundo inteiro, apresenta uma série de vantagens:

 aplicação da quantidade e concentração de um nutriente necessário à planta;
 aplicação de outros produtos como fungicidas, herbicidas;
 aplicação de misturas de fertilizantes e/ou fertilizantes líquidos que tenham, na sua composição, os micronutrientes;
 aplicação de nutrientes de acordo com as necessidades das plantas, evitando-se as dosagens excessivas de fertilizantes no solo, e a lixiviação de nutrientes;

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Adubação dos Citros nos Estados de Sergipe e Bahia

Os citros, no Brasil, são encontrados do Norte e Nordeste, ao Sudeste e Sul. Pelas características do solos brasileiro serem pobres em nutrientes e ácidos, a produtividade das laranjas ainda é muito baixa. Os citros desenvolvem-se melhor em solos com pH entre 6,0 e 6,5 e uma saturação por bases (V%) de 60 a 65. Por isto, esta cultura merece uma atenção melhor do produtor, com adoção de práticas modernas, visando o aumento da produtividade. Já publicamos, anteriormente, uma matéria sobre a calagem em citros mostrando os benefícios desta prática. Resta agora a adubação: e os Estados de Sergipe e Bahia serão o alvo desta matéria.

Adubação:
Para a recomendação de adubação é necessário que o citricultor tenha em mãos a análise do solo das áreas dos pomares. A análise do solo serve para conhecer o nível de fertilidade de um solo, e assim recomendar corretamente os fertilizantes. Quanto maior o número de amostras simples (subamostras) maior é a possibilidade de se ter uma amostra representativa. As plantas absorvem os nutrientes durante todo o ano, principalmente na época de floração e formação de novos ramos e folhas.Quando se aumenta a aplicação de potássio (K), utilizando o cloreto de potássio, aumenta-se a concentração de K disponível no solo.

ESTADO DE SERGIPE:

Pomar em formação:
Como aporte de fósforo (P2O5) usa-se 500 g/cova de superfosfato triplo, no plantio. Como fonte de matéria orgânica, usa-se o esterco de bovino ou torta de mamona ou esterco de galinha poedeira. O volume de esterco de bovino não deve ultrapassar 30% do volume da cova; a torta de mamona e o esterco de galinha não deve ultrapassar 10%. Quando se usa uma fonte orgânica deve-se esperar 30 dias para o plantio da muda, pois a mineralização da matéria orgânica libera calor. Em relação ao N recomendado pode-se substituir 1/3 da dose por produtos orgânicos, no plantio: 5 a 10 kg de esterco curtido, ou 3 a 5 kg de esterco de aves, ou 1 a 2 kg de torta de mamona por cova. O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela planta cítrica durante a fase vegetativa. Na tabela abaixo sobre a recomedação de nutrientes aplicando matérias-primas, em vermelho está expressa a quantidade de supersimples, uréia e cloteto de potássio; logo abaixo, em preto, estão expressas as quantidades de nutrientes em N, P2O5 e K2O recomendadas, e baseadas na interpretação de P e K no solo. Em lugar do supersimples pode-se usar supertriplo corrigindo a quantidade a aplicar. A vantagem do supersimples é ele possuir enxofre (S) na sua composição.

Na tabela a seguir temos exemplos de como usar as fórmulas prontas de fertilizantes: basta saber em que faixas estão o P e o K no solo. Sabendo isto, usa-se a dose recomendada de P2O5 e K2O para tal faixa de interpretação e mais o N; tudo conforme a idade da planta. Obtém-se as necessidades de nutrientes, as relações simplificadas que multiplicadas por números (coeficientes) vão nos dar as fórmulas similares; e a partir destas as quantidades a aplicar.

Pomar em produção:
O nitrogênio deve ser aplicado com base na recomendação feita através de uma análise foliar; o fósforo (P2O5) e o potássio (K2O) com base no resultado da análise do solo. A quantidade de nitrogênio e de potássio deve ser fracionada em duas aplicações: no início e no final do período chuvoso; o fósforo deve ser aplicado numa única vez, no início das chuvas. Já nos pomares em formação ou em produção, pode-se usar 5 a 20 t/ha de esterco de curral, ou a 1 a 5 t/ha de torta de mamona. Os nutrientes devem ser aplicados em faixas, ao lado ou ao redor da planta. A faixa inicia 20 cm do tronco até 1,80 m do mesmo.O plantio de leguminosas entre as linhas pode ser uma opção como fornecimento de nitrogênio. O enxofre pode ser aplicado na adubação foliar – menos de 2 g/kg, usando sulfato de amônio (12% S) ou superfosfato simples (24% S). Quando o teor de magnésio, no solo, é menor que 1 cmolc/dm³, e na folha menor que 3 g/kg deve-se usar calcário dolomítico ou aplicação foliar de sulfato de magnésio de 4 g/L.
Micronutrientes:

ESTADO DA BAHIA:

Adubação de plantio:
É feita no sulco ou na cova usando-se calcário e superfosfato simples. Deficiência de boro (B) no solo - menor que 0,2 mg/dm³ - usar 1 g/m de B
Deficiência de zinco (Zn) no solo - menor que 1,2 mg/dm³ - usar 2 g/m de sulfato de zinco que pode ser aplicado junto com o supersimples.

Adubação de formação:
Inicia-se após o pegamento da muda até a idade de cinco anos. As quantidades de fertilizantes variam conforme o resultado da análise do solo e idade da planta. Pode se usar fertilizantes simples, misturas de grânulos, misturas granuladas. A uréia não deve ser aplicada em solo úmido e se seguido por mais de três dias de estiagem, pois há volatilização da amônia e perdas de N. Evitar a incorporação dos fertilizantes, por gradagem, pois danifica as raízes, cortando-as.
Adubação de produção
Começa a partir do sexto ano. Os fertilizantes são parcelados em quantidades e épocas de aplicação. Na Bahia, esta prática vai de março a agosto ou durante todo o ano se houver irrigação. Os fertilizantes devem ser colocados ao alcance das raízes para que haja um melhor aproveitamento dos nutrientes pelas mesmas. Nos citros, as adubações orgânicas e verde são recomendáveis. Os adubos orgânicos são capazes de fornecer N para as plantas. Os orgânicos nas quantidades abaixo fornecem, cada um, 10 kg de N:
2.000 kg de esterco de curral
500 kg de esterco de aves
200 kg de torta de mamona
Micronutrientes:
Nos pomares de produção os micronutrientes zinco (Zn), boro (B) e manganês (Mn) podem ser aplicados no solo ou via foliar: o boro, de preferência, por via solo; o zinco e o manganês, via foliar; utiliza-se a uréia e o cloreto de potássio como coadjuvantes nas aplicações foliares, pois melhoram a absorção dos micronutrientes. A melhor época para aplicá-los, via foliar, é durante o processo vegetativo da planta: em 3 a 4 aplicações parceladas. Na fase de produção, a primeira ocorre nos meses de janeiro e fevereiro. Quando a deficiência de boro for intensa aplicar 2 kg/ha de B em duas aplicações anuais.
Doses de micronutrientes por 100 litros de água
Zn – 300 g – sulfato de zinco
Mn – 300 g – sulfato de manganês
Cu - 250 g – hidróxido de cobre
B - 50 g – ácido bórico; ou 100 g borax
Mo - 30 g – molibdato de sódio

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Adubação e Calagem da Soja no RS

Calagem:
A recomendação de calagem, no sistema convencional baseia-se no índice SMP; no sistema de plantio direto a recomendação é determinada pela análise dos critérios principais: pH em água e V%; não havendo concordância entre os dois critérios, analisa-se a porcentagem de saturação por Al (m%), e o teor de fósforo no solo. Leia mais sobre isto

Adubação da Soja:

Nitrogênio:
Devido ao processo de fixação biológica do N do ar pelas bactérias do gênero Risobium, não é recomendada a aplicação de fertilizantes nitrogenados na cultura da soja.

Fósforo e Potássio:
As recomendações para fósforo (P) e potássio (K) são determinadas pela Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC. Os assistentes técnicos das lavouras, os escritórios de extensão rural, etc, devem estar cientes das tabelas elaboradas por esta Comissão, para as diversas culturas, e assim recomendar as necessidades de adubação. A Comissão elabora tabelas visando dois cultivos em sucessão, e preconiza a prática de ser feita nova análise do solo após dois anos.
Vamos mostrar abaixo as recomendações para duas culturas em sucessão: no primeiro cultivo a soja, e no segundo cultivo, o trigo; conforme o teor de matéria orgânica e a interpretação de P e K no solo.


No trigo, a recomendação de nitrogênio (N) no plantio é de acordo com o teor de matéria orgânica; as quantidades levam em conta se a cultura antecedente foi uma leguminosa ou uma gramínea.
Convém chamar a atenção que as recomendações da Comissão para o trigo, a soja, são para uma expectativa de produção de 2.000 kg/ha.

Nosso objetivo aqui é mostrar que com as recomendações de nutrientes podemos chegar a diversas fórmulas que são similares, variando apenas a quantidade em kg/ha. Vamos supor cinco áreas de terra em que será feito um planejamento: plantio de soja no primeiro cultivo e trigo no segundo cultivo. Os dados de matéria orgânica e interpretação de P e K são hipotéticos.
Para a soja adotamos uma expectativa de produção média de 3.000 kg/ha. Para cada 1.000 kg/ha de expectativa de produção de soja, deve-se adicionar à recomendação a quantia de 15 kg/ha de P2O5 e 25 kg/ha de K2O, como fizemos no exercício. Na postagem já publicada "Encontrando fórmulas similares de adubo" mostramos como chegar às mesmas: leia aqui sobre este assunto



Como a cultura antecedente foi uma leguminosa (soja no primeiro cultivo) as doses de N, variam de 60 a 20 kg/ha conforme o teor de matéria orgãnica no solo. Mas quanto ao nitrogênio aplicado por ocasião do plantio do trigo, adotamos a dosagem de 20 kg/ha - pode-se usar de 15 a 20 kg/ha - e o restante deverá ser aplicado em cobertura.

Enxofre:
A soja responde à aplicação de enxofre (S). Em solos que apresentam teores de S inferiores a 10 mg/dm³ devem receber 20 kg/ha de S.

Micronutrientes:
A aplicação de molibdênio (Mo) deve ser feita em solos com pH em água menor que 5,5 , e quando a soja apresenta, no desenvolvimento inicial, uma coloração amarelecida generalizada das folhas; isto acontece porque o processo de fixação biológica ainda não está completamente eficiente. Uma maneira para evitar esta deficiência é, antes do plantio, misturar 12 a 25 g/ha de molibdênio com as sementes; ou quando a deficiência aparece na lavoura, aplica-se 25 a 50 g/ha de Mo, via foliar. Utilizam-se os molibdatos solúveis em água: molibdato de amônio que contém 54% de Mo; ou molibdato de sódio que possui 39% de Mo. A mistura de molibdato com as sementes deve ser feita antes da inoculação das mesmas. As aplicações foliares devem ocorrer 30 a 45 dias após a emergência.
Outros micronutrientes devem ser aplicados somente quando a análise do solo constatar deficiências de um ou mais elementos.
Entretanto, cuidados devem ser tomados quanto aos micronutrientes molibdênio e cobalto (Co): nas áreas que existe integração lavoura-pecuária, o teor de Mo nas pastagens deve ser avaliado constantemente. Sabe-se que a calagem eleva o pH, e isto aumenta a disponibilidade de Mo; por sua vez, o Mo pode afetar o metabolismo do cobre (Cu) em ruminantes. A aplicação de Mo no solo deve ser suspensa quando o teor do micronutriente, na parte aérea das plantas, atingir 5 mg/kg de Mo.
Quanto ao cobalto (Co), as quantidades a serem aplicadas não devem ultrapassar 3 g/ha de Co, para evitar a fitotoxidez para a soja.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Os fertilizantes Fluidos - emprego na cana-de-açúcar

Os fertilizantes fluidos apresentam-se nas formas de soluções e de suspensões.
Soluções: são soluções líquidas verdadeiras, isenta de sólidos.
Suspensões: apresentam uma fase sólida dispersa em um meio líquido. Podem ser homogêneas e heterogêneas. No seu preparo é necessária a utilização de agentes de suspensão que aumentam a viscosidade e evitam a formação de precipitados na mistura. Estes agentes de suspensão podem ser argila, bentonita sódica.
Em relação aos fertilizantes minerais, os fertilizantes fluidos apresentam uma série de vantagens:
1) economia na mão-de-obra;
2) facilidade de manuseio;
3) dosagem precisa e uniforme;
4) homogeneidade;
5) versatilidade nas formulações. Podem ser misturadas com defensivos;
6) maior eficiência agronômica.
Mas apresentam, por outro lado, uma série de desvantagens:
1) menor concentração de nutrientes;
2) necessidade de agitação durante o transporte (suspensões)
3) alto investimento inicial;
4) maior dificuldade para produzir formulações PK.

Existem usinas que produzem fertilizantes fluidos, os quais são formulados a partir dos fertilizantes minerais simples como amônia, uréia, uran, MAP, DAP, ácido fosfórico, cloreto de potássio e micronutrientes na forma de sais solúveis.
Nas soluções, as formulações produzidas são:

Cana planta – 02-10-10; 02-12-12; 03-10-08; 03-10-12; 04-10-10
Cana soca – 07-00-10; 07-02-10; 08-00-09; 10-00-10; 20-00-00
Por ser as concentrações de nutrientes muito baixas, estes fertilizantes devem ser utilizados em áreas próximas às Usinas, devido o custo elevado do transporte.
Na produção de suspensões são utilizadas a uréia, nitrato de amônio, sulfato de amônio, DAP, MAP, cloreto de potássio e micronutrientes na forma de sais solúveis. As suspensões precisam de agitação para manter a homogeneidade. Além disto, são adicionadas argilas, bentonitas sódica para manter estabilizada a suspensão. As fórmulas em suspensão fabricadas são:

Cana planta: 03-15-15 ; 04-16-10

Cana soca – 10-00-15 ; 12-00-18 ; 16-00-16

Os fertilizantes fluidos podem ser aplicados de diversas maneiras na cana. Ou seja:
1) diretamente no solo;
2) superficial ou em profundidade;
3) misturado ou não com herbicidas (ver compatibilidade);
4) pulverização nas folhas;
5) fertirrigação.

Adubação da cana
Cana planta: necessidade de nutrientes em kg/ha: 40 N – 150 P2O5 – 120 K2O + 1kg de boro + 3 kg de zinco + 2 kg de cobre
Temos uma relação NPK = 40-150-120. Dividindo por 40 teremos uma relação simplificada 1-3,75-3 (ver postagem sobre “O que contém um saco de adubo”. Multiplicando esta relação simplificada por coeficientes teremos várias fórmulas. Multiplicando por 4 a relação, obteremos a fórmula: 04-15-12. Para saber a quantidade a ser aplicada dividimos a recomendação de N (40) pelo número expresso na fórmula referente a este nutriente N (4) e multiplicamos por 100. Isto é, 40/4 x 100 = 1.000 kg/ha da fórmula mais os micronutrientes recomendados acima.
Cana soca – necessidades de nutrientes em kg/ha: 130 N – 0;30 P2O5 – 100 K2O + 1 kg de boro .
Temos uma relação NPK = 130-0;30-100. Vamos supor 0 kg/ha de P2O5. Dividindo por 100 teremos a relação simplificada 1,3-0-1. Multiplicando por 12, teremos a fórmula: 16-00-12. Dividindo a quantidade recomendada de N (130) pelo N (16) da fórmula, teremos (130/16) x 100 = 812 kg/ha + 1 kg de boro.
Cana queimada – necessidades em kg/ha = 100 N – 0;30 P2O5 – 130 K2O.
Fazendo o exercício acima teremos a fórmula 12-00-16, aplicada na base de 812 kg/ha + 1 kg de boro
Fertirrigação: em kg/ha – 180 N + 150 K2O + 30 S
Teremos a fórmula 180 – 0 – 150. Relação simplificada= 1,2-0-1. A fórmula que vai ser encontrada, fazendo os cálculos conforme explicado anteriormente, será: 15-00-12 na base de 1.200 kg/ha. Quanto ao enxofre, ele pode ser adicionada nesta fórmula desde que se use como uma das fontes de nitrogênio, o sulfato de amônio.
Aplicação aérea: 15 a 20 kg/ha de N + 200 g/ha de Mo.

Fonte: Utilização da adubação fluida na cultura da cana-de-açúcar. Cozze, Riolando – Bunge – Jaú-SP

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Adubação do Café

Notícias dão conta que os cafeicultores dos cerrado mineiro diminuíram em 30% a adubação tendo em vista o aumento dos fertilizantes. O produtor que em 2007 pagava de 900 a 1.000,00 por tonelada de adubo, em 2008 teve que desembolsar de 1.500 a 1.600,00 para adquirir a mesma tonelada. Para 2009 a projeção de redução de safra gira entorno de 30%. E isto vai influir nos anos subseqüentes. Na adubação de um hectare de café, o produtor gasta 1,8 t de adubo. Segundo Pierre Vilela, da FAEMG, em 2005, o produtor para comprar uma tonelada de adubo precisava de 2,7 sacas de café. Em 2007, 3 sacas e em 2008, 4,2 sacas.
É claro que a planta adubada corretamente, com as necessidades de nutrientes por ela exigidas, responde com altas produtividades. Por outro lado, altas produtividades exportam mais nutrientes. Então, esta diminuição de 30% no emprego de fertilizantes refletir-se-á na safra e, conseqüentemente, nas safras seguintes chegando a um empobrecimento do solo se outras medidas não forem tomadas. Outros cafeicultores estão reduzindo os custos com fertilizantes usando a palha do café. Esta palha é rica em nitrogênio (N) e potássio (K). Obtém-se cerca de 8% de palha vinda da produção de café. A economia com fertilizantes químicos chega a 10%. Mas sempre é necessária uma análise do solo para aplicar a quantidade correta.
Na adubação do cafezal, o fósforo (P) é o principal nutriente, indispensável durante todo o ciclo da planta. Entretanto, este nutriente, nos solos ácidos sofre com a fixação e se liga ao ferro e alumínio formando compostos insolúveis não aproveitados pelas plantas. Daí a necessidade da calagem para liberar este fósforo tornando-o disponível para a planta. O baixo teor de matéria orgânica contribui, também, porque em condições normais a mineralização da matéria orgânica é importante para liberar fósforo disponível para a planta. Como o fósforo é importante na formação do sistema radicular, dizem que é importante aplicar o fósforo via radicular. Entretanto, como fonte de fósforo, não se usa em sua totalidade o superfosfato simples porque ele contém, além deste nutriente, mais o enxofre. Mas para não onerar os custos, os cafeicultores preferem usar uma fonte alternativa de enxofre (S). O sulfato de amônio é outra fonte de enxofre. Mas este fertilizante acidifica o solo. Os cafezais, na sua maior parte, estão situados em solos ácidos. Além da acidez são carentes em cálcio (Ca) e magnésio (Mg). O uso em grandes quantidades de sulfato de amônio contribui para acidificar mais estes solos. É preciso um equilíbrio. O desequilíbrio pode influir na eficiência dos fertilizantes e diminui consideravelmente a produtividade do cafezal.
No sul de Minas, no período de outubro a março é que a planta aproveita melhor os nutrientes quando a adubação é feita de 3 a 4 vezes. Os adubos nitrogenados que apresentam as maiores perdas por lixiviação devem ser aplicados em intervalos de 40-60 dias. Quanto ao potássio (K), duas aplicações são suficientes. Em solos arenosos, o potássio deve ser parcelado com o nitrogênio. O fósforo pode ser aplicado em uma única vez, como no caso da fosfatagem.

Adubação do PlantioDeve ser feita conforme o resultado da análise do solo. Por exemplo:
Para uma recomendação de 40 g/cova de fósforo e 20 g/cova de potássio temos uma relação 00-40-20. Dividindo-se a relação por 20 teremos uma relação simplificada 0-2-1. Multiplicando por 10, a fórmula encontrada é 00-20-10. A quantidade é encontrada dividindo-se a recomendação de fósforo (40 g) pelo teor do nutriente na fórmula (20) e multiplicando por 100. Chega-se a uma dose de 200 g/cova desta formulação. Adiciona-se até 1 g/cova de boro (B) e até 2 g/cova de zinco.
Conforme o teor de matéria orgânica no solo, aplica-se esterco de curral em L/cova.
Matéria orgânica <> 20 g/kg – 2 L/cova.

PegamentoProcede-se a adubação de cobertura utilizando-se 4 g/planta de N (10 g de uréia) de 2 a 3 aplicações, no período chuvoso. Isto é importante, pois a aplicação em períodos secos, com estiagem, provoca perdas de nitrogênio para o ar. Ou utilizar sulfato de amônio pois as perdas de N são bem menores, mas há o perigo de acidificar o solo pelas reposições continuadas. O adubo é aplicado ao redor da planta a uma distância de 10 cm do caule.

Primeiro ano após o plantioAplicar 6 g/planta de N (15 g de uréia) e mais 4 g/planta de K (7 g de cloreto de potássio por 2 ou 3 vezes, no período chuvoso. Em vez de utilizar os fertilizantes simples (uréia, cloreto de potássio), pode-se utilizar os fertilizantes em misturas. Neste caso, seria utilizada a fórmula 15-00-10 na base de 40 g/planta por aplicação.

Segundo ano e sucessivos
Aplica-se o dobro da recomendação para o primeiro ano. Neste caso, 80 g/planta da fórmula 15-00-10 por aplicação.

Terceiro ano e sucessivos
Seria a adubação de produção. Aqui, mais uma vez, chamo a atenção dos cafeicultores para realizarem a análise do solo e a análise de planta (foliar). A medida que se busca maiores produções de sacas/ha, a necessidade e a reposição de nutrientes aumenta. Existem tabelas de recomendação para os Estados produtores de café. Vamos supor que para uma produção de 50-60 sacas de café por hectare, as necessidades de nutrientes para um solo cuja análise foliar e do solo apresentaram os seguintes resultados:
N nas folhas – 27 g/kg
P – 8 mg/dm³
K – 0,17 cmolc/dm³. Em mmolc/dm³ seria 1,7
A recomendação técnica foi de 160 g/planta de N, 70 g/planta de P2O5 e 140 g/planta de K2O. Temos uma relação 160-70-140. Dividindo ela pelo menor número (70) teremos uma relação simplificada: 2,28-1-2. Multiplicando pelo coeficiente 8 chegamos a uma fórmula 18-8-16. Dividindo a recomendação, por exemplo, N (160) pelo N da fórmula (18) e multiplicando por 100, a dose será de 900 g/planta.
No caso de aplicar fertilizantes simples, as quantidade a serem usadas para os 160 N-70 P2O5-140 K2O seriam: 350 g de uréia, 150 g superfosfato triplo e 230 g de cloreto de potássio.
A adubação nitrogenada deve ser parcelada em 4 vezes e a com potássio em 2 vezes. Entretanto pode-se usar uma fórmula que contenha os dois nutrientes: NK. Ou seja, as necessidades são 160 N e 140 K2O.
Nitrogênio (N): 160 em 4 aplicações – 40 g/planta/aplicação
Potássio (K): 140 em duas aplicações – 70 g/planta/aplicação
Por aplicação temos: 40 N + 70 K2O. Dividindo por 70 teremos uma relação simplificada de 1-1,75. Multiplicando por um coeficiente 10, a fórmula será 10-00-18. A quantidade: 400 g/planta/aplicação.
As outras 2 de nitrogênio de 40 g por aplicação, seria 90 g/planta/aplicação de uréia.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Calagem e Adubação do arroz irrigado no RS - Parte I

No Rio grande do Sul, a área plantada com arroz é ao redor de um milhão de hectares e uma produtividade média de 7.500 kg/ha. O município maior produtor é Santa Vitória do Palmar - no Sul do Estado - com mais de 56 mil hectares e uma produtividade média de 7 mil quilos; segue Arroio Grande com 40 mil hectares e 6.700 kg/ha; Viamão com mais de 23 mil e produtividade de 6.040 kg/ha. Nesta Parte I vamos abordar sobre a calagem, necessidade de enxofre, micronutrientes e toxidez por ferro.
Solos submersos favorecem a disponibilidade de nutrientes; tantos os contidos no solo como os provenientes de adubos, isto é, fósforo (P), cálcio (Ca) e potássio (K). A eliminação da acidez para um pH próximo de 6,0-6,5 e a eliminação do Al³ trocável, são outros fatores da inundação de terras onde é cultivado o arroz irrigado. Apesar disto, os solos do Rio Grande do Sul são de fertilidade natural baixa o que requer a aplicação de fertilizantes para maior rendimento das lavouras de arroz.
A análise do solo é imprescindível para o êxito do empreendimento. Entretanto, muitas vezes, estas amostras não condizem com a realidade da situação da área; são tiradas de qualquer jeito e não são representativas. Por este motivo os resultados são errôneos, e, logicamente, as recomendações de adubação também o são.

A Calagem:
Em solos submersos, se verifica o efeito da “autocalagem”.
A autocalagem apresenta uma série de benefícios:a) eliminação do alumínio (Al) tóxico;
b) eliminação da toxidez de manganês (Mn);
b) aumento da disponibilidade de P e outros nutrientes;
c) aumento da atividade dos microorganismos.
Mas como o arroz irrigado é semeado em solo seco, e somente inundado 30 dias após a emergência das plantas, recomenda-se o uso do calcário segundo o índice SMP – pH 5,5. No sistema de cultivos com sementes pré-germinadas ou de transplantio de mudas, dispensa-se a aplicação de calcário; a inundação já deixa o solo corrigido e as plantas encontram melhores condições para o seu crescimento. A calagem é importante quando o solo apresentar deficiências de cálcio (Ca) e magnésio (Mg). O calcário dolomítico – que contém cálcio e magnésio – é o mais apropriado para atender estas deficiências. Quando solo apresentar teores de Ca de 2,5 cmolc/dm³, e magnésio de 0,5 cmolc/dm³, é recomendada a aplicação de 1 t/ha de calcário dolomítico.
A calagem, propriamente dita, apresenta benefícios também:a) promove o desenvolvimento do arroz no período entre a semeadura e a inundação;
b) fornece Ca e Mg;
c) promove parcial solubilização do ferro (Fe) cujos efeitos tóxicos começam a aparecer com a utilização das variedades modernas;
d) benefício para as outras culturas em rotação.
O calcário deve ser aplicado na camada de 0-20 cm, três meses antes do plantio.

O Enxofre (S):
Em solos pobres de matéria orgânica, de argila, de teores de S na análise do solo indicando menos que 10 mg/dm³, devem-se utilizar fertilizantes que contém enxofre (sulfato de amônio), aplicando-se até um máximo de 20 kg/ha.

Os Micronutrientes:Nos solos do RS, a resposta ao micronutrientes é muito baixa. Quando a deficiência for constatada devem-se fazer aplicações por via foliar.


A toxidez por ferro (Fe)
Em solos alagados acontece a redução do Fe³ para o Fe² promovendo a toxidez de ferro, pelo aumento da quantidade do nutriente na solução do solo. Há um acúmulo de Fe nas raízes (toxidez indireta), e, pela absorção concentra-se nas folhas (toxidez direta). Isto resulta na inibição e translocação dos nutrientes provocando um sintoma – o alaranjamento. Para reparar este problema devemos utilizar cultivares de arroz tolerantes à toxidez pelo ferro: IRGA 424, IRGA 425, são tolerantes; IRGA 414, resistente. A calagem prévia, para atingir pH 6,0, é outra forma de diminuir o problema.
A antecipação da aplicação de N – uma semana antes da diferenciação da panícula – contribui, também, para reduzir os efeitos da toxidez por ferro.
A utilização da irrigação intermitente pode, também, evitar o acúmulo de ferro.
Na próxima publicação "Calagem e Adubação do arroz irrigado no RS - Parte II", vamos comentar sobre adubação: os três macronutrientes primários - NPK - tabelas de recomendação e um exercício para por em prática os conhecimentos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cana-de-açúcar - Nutrientes e adubação (I)

A planta executa os processos de extrair e exportar nutrientes. Extrair ou extração é a quantidade de nutrientes que ela precisa para o seu desenvolvimento desde a germinação até a produção. Exportar ou exportação é a quantidade de nutrientes que fica retido em suas partes verdes ou na palhada.
G.Vitti cita a tabela de Orlando F° que dá uma ideia da quantidade de nutrientes macros e micros extraídos e exportados por 100 toneladas de colmos de cana-de-açúcar.
Como o P e o K nos fertilizantes estão expressos em P2O5 e K2O teremos que transformá-los:
Para transformar P em P2O5 multiplica-se P por 2,29.
P2O5 __________ P2
(31x2) + 16x5______31x2
142 ________ 62 = 142/62 = 2,29
Para transformar K em K2O
K2O ___________ K2
39x2 + 16 ________ 39x 2
94 ________ 78 = 94/78 = 1,20

Assim sendo, na tabela ao lado temos o total de 19 P. Logo, 19 X 2,29 = 43 kg/ha de P2O5  Quanto ao potássio (K), teremos 174 X 1,20 = 210 kg/ha de K2O.
Na instalação do canavial, na adubação de plantio usa-se mais fósforo (P2O5) e potássio (K2O) e menos nitrogênio. As coberturas serão de K2O  Por sua vez, na cana soca, usa-se mais nitrogênio (N) e potássio (K2O) e menos fósforo (P2O5).
Deve ser feita a calagem da área de modo a se atingir V= 60%. A fosfatagem deve ser realizada quando o teor de P é menor que 15 mg/dm³ e CTC menor que 6 cmolc/dm³. No sulco de plantio, o trio N-P2O5-K2O deve ser aplicado conforme a recomendação técnica baseada na amostragem do solo, mais aplicação de micronutrientes e uma adubação orgânica. Em cobertura usa-se K2O quando a recomendação ultrapassar a 100 kg/ha. As coberturas de N devem ser feitas eventualmente.
Na cana soca, utiliza-se cobertura NPK com baixas quantidades de P2O5  Os micronutrientes são aplicados via foliar e a ureia adicionada ao molibdênio.
Como toda planta cultivada em solos deficientes de um ou mais nutrientes, a cana-de-açúcar apresenta, também, sintomas de deficiências nutritivas. As deficiências são:
Nitrogênio: são reconhecidas pelo amarelecimento geral das folhas que inicia pelas folhas mais velhas. Os colmos são mais finos.
Fósforo: inicia-se nas folhas mais velhas que diminuem de tamanho. Há uma clorose avermelhada com morte das folhas. O crescimento da planta é reduzido. O sistema radicular é pouco desenvolvido não suportando períodos de seca.
Potássio: aparece nas folhas mais velhas uma mistura de áreas verde-claras e escuras, clorose nas bordas e áreas necróticas. O teor de açúcar no colmo é baixo.
Cálcio: surge nas folhas mais novas. As folhas ficam esbranquiçadas, enroladas e com uma necrose escura nas pontas. Muitas vezes, a deficiência de cálcio é originária de uma aplicação de vinhaça em excesso. A vinhaça é rica em potássio que compete pela absorção de cálcio.
Magnésio: aparecem manchas amareladas e longas entre as nervuras das folhas mais velhas.
Enxofre: há uma clorose generalizada das folhas jovens.
Boro: as folhas apresentam manchas cloróticas estriadas. Há morte da gema terminal. A incidência de Fusarium é maior. As folhas do topo se amarram umas às outras.
Cobre: aparecem clorose nas folhas mais jovens e pequenas manchas verde-escuras. As folhas caem e aparecem touceiras.
Manganês: estriamento ao longo das nervuras e folhas mais finas.
Zinco: há uma redução de crescimento dos entrenós, as nervuras das folhas com clorose e o crescimento do topo paralisa.

A correta aplicação da quantidade de nutrientes vai se basear nos indícios de fertilidade do solo demonstrados pelos resultados de análises deste solos. Na cana planta a melhor época para retirada de amostra de solo é três meses antes do plantio. As amostras devem ser retiradas nas profundidades de 0 - 20 cm e de 20 - 40 cm. A área deve ser percorrida em zig-zag e colendo-se de 15 a 20 sub-amostras. Na cana soca, a melhor época é logo após o corte. As amostras de solo devem ser retiradas de 20-25 cm da linha. Deve-se cuidar isto porque amostras retiradas na linha super estimarão os teores de P e K. As amostras retiradas nas entre-linhas super estimarão os resultados de Ca e Mg e os valores de soma de bases (S) e saturação por bases (V%). Por outro lado, os valores de P e K serão subestimados.
A calagem fornece cálcio e magnésio. O cálcio promove um maior desenvolvimento do sistema radicular e com isto as raízes das plantas vão buscar mais longe os nutrientes do solo e as plantas suportam melhor os períodos de estiagem e veranicos. Pela calagem, os nutrientes são melhor disponibilizados numa faixa de pH de 6 a 6,5. A fixação do fósforo é amenizada porque o ferro (Fe), o alumínio (Al) e o manganês (Mn) que são tóxicos para as plantas, são menos disponibilizados formando compostos insolúveis que não são aproveitados pelas plantas. A palhada possui fósforo e com a mineralização da matéria orgânica este nutriente é liberado para as plantas. Este fósforo húmico é fracamente retido pelo solo. A fixação do nitrogênio do ar pelas bactéria do gênero Beijerinckia têm uma atividade maior quando o pH situa-se entre 5,5 - 6,0. Assim sendo, há liberação de nitrogênio (N) em grandes quantidades para as plantas. Por isto, a recomendação de N em cana planta é em doses baixas. Os toletes usados devem ter alta quantidade de açúcar que fornece energia para as bactérias. Com a calagem, a compactação do solo é menor porque o cálcio tem um efeito de agregação. E, com isto, a calagem, por todos os fatores descritos antes, propicia um aumento da produtividade de cana-de-açúcar.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O arroz e feijão irrigados

Das fontes de nitrogênio (N) usadas na adubação de arroz e feijão irrigados, nos cerrados, não houve diferenças significativas entre a aplicação de uréia e sulfato de amônio. A uréia, por sua maior concentração de N (45%) leva vantagens do ponto de vista econômico, ou seja, custo/benefício. O custo do kg de N é muito mais barato na uréia. Para se calcular o custo do kg do nutriente contido num determinado produto segue-se as seguintes etapas:
1ª Etapa: devemos conhecer o custo de cada produto colocado na propriedade;
2ª Etapa: devemos conhecer as garantias do nutriente em cada produto, lembrando que o teor expresso do nutriente em porcentagem (%) significa para 100 kg. Por exemplo: a uréia está com uma garantia de 45% de N. Isto significa que em 100 kg de produto teremos 45 kg de N. Em 1 tonelada de uréia, isto é, 1.000 kg teremos 450 kg de N.
Por sua vez, o sulfato de amônio está sendo vendido com uma garantia de 20% de N. Em 100 kg teremos 20 kg de N. Em 1.000 kg teremos 200 kg de N;
3ª Etapa: devemos saber quanto custa a uréa e o sulfato de amônio colocado na propriedade do cliente, ou seja, preço CIF;
4ª Etapa: para saber o custo da unidade de N dos dois produtos, basta dividir o preço da tonelada de cada produto pela respectiva quantidade de N contido nestes 1.000 kg.
kg N = preço tonelada produto / quantidade de N na tonelada.
Deve-se levar em conta na adubação nitrogenada, o histórico da área, ou seja a cutura precedente, sua quantidade de biomassa e sua relação C/N
. No caso da cultura precedente seja uma gramínea, as exigências de nitrogênio serão bem maiores do que se fosse uma leguminosa. As gramíneas têm uma relação C/N maior. As leguminosas têm a capacidade de fixar o nitrogênio do ar através de bactérias do gênero risóbio que vivem em simbiose com as raízes das plantas. As leguminosas têm uma relação C/N menor e com isto podem disponibilizar mais N para a cultura posterior. Por isto é que se busca que a cultura antecedente ao plantio de lavouras de arroz e feijão irrigados seja uma leguminosa.
Quanto ao fósforo e potássio basear-se nas recomendações dos laboratórios e orgãos de pesquisa a fim de suprir o solo com as doses adequadas que garantam alcançar as produtividades esperadas. A análise do solo é importante para indicar os teores destes nutrientes no solo e ser base para a reposição dos mesmos buscando um perfeito desenvolvimento da cultura.
Devido ao baixo teor natural dos micronutrientes, nos solos de cerrados, é importante, na adubação, a inclusão dos mesmos e não pode ser esquecida. O importante é prevenir antes o aparecimento de deficiências destes micronutrientes. Uma análise de solo vai nos dar condições de verificar a fertilidade destes solos e suprir as deficiências naturais de maneira correta.
O arroz tolera mais a acidez do solo. Mas isto não quer dizer que devemos dispensar a aplicação de corretivos. Pelo contrário, o cálcario dolomítico é importante como fonte de cálcio (Ca) e magnésio (Mg). A correção da acidez de maneira inadequada tem contribuido para a redução dos micronutrientes. As deficiências de zinco (Zn) e ferro (Fe) são as mais comuns em arroz quando plantado após feijão e soja. O calcário aplicado em excesso eleva o pH do solo tornando menor a disponibilidade dos micronutrientes. "A medida que aumenta o pH diminui a disponibilidade dos micronutrientes". Recomenda-se a aplicação de calcário para manter o pH na faixa de 5,8 - 6,0 para culturas precedentes como milho, soja, feijão que são exigentes em Ca e Mg.
Para maior resistência às doenças, como a bruzone, está sendo estudada a aplicação de silício (Si) na forma de silicatos. Além de diminuir o grau de severidade da doença tem proporcionado aumento no crescimento da planta.

terça-feira, 23 de junho de 2009

A importância dos Micronutrientes

As deficiências de micronutrientes devem ser corrigidas antes que elas apareçam. Devem ser aplicados fontes de micronutrientes mais cedo e misturadas com uma fonte de nitrogênio, pois os resultados são melhores.

Boro - este micronutriente tem papel importante na divisão celular, formação dos frutos, metabolismo dos carboidratos, das proteínas, viabilidade do polem. Os sintomas de deficiência de boro em algumas espécies são:
1. alfafa - o crescimento da planta é prejudicado, a produção de sementes é pequena e as folhas apresentam uma coloração amarelo brilhante.
2. pêssego - os brotos terminais morrem, as folhas têm as bordas enroladas e os botões mortos.
3. maçã - apresenta tecidos duros e enrugados, interna e externamente.
4. citros - as quedas dos frutos são em grande proporções e amarelecimento das nervuras das folhas.
5. algodão - queda excessiva de botões florais.
6. amendoim - cascas deformadas e com pontos pretos.
O baixo nível de umidade diminui a disponibilidade do boro. Os boratos de sódio são as principais fontes de boro. O excesso de boro aplicado no solo é prejudicial às plantas. Nos solos arenosos com baixo teor de matéria orgânica aparecem deficiências de boro.
O boro é importante para o cafeeiro pois influi no crescimento e no pegamento da florada. Mas o boro em excesso ele causa toxidez severa nas plantas jovens de café devido à pequena área foliar que elas apresentam. As plantas apresentam folhas manchadas de verde-amarelado e, em casos graves, aparecem manchas escuras e até queima total das bordas das folhas. O teor adequado de boro nas folhas é de 40 a 80 ppm e na toxidez este teor é maior do que 200 ppm. Devido a baixa translocação do boro, passado a toxidez, as folhas novas que crescem já o fazem de maneira normal. Nos cafezais, a dose indicada de boro é de 2 a 6 kg/ha. No plantio pode-se usar de 2 a 5 gramas por cova ou metro de sulco.
A correção das deficiências se faz com o produto Borax usando 20 kg/ha ou por via foliar usando o ácido bórico (H3BO3).
O boro é absorvido pelas plantas na forma de H3BO3.

Cobre - é um dos nutrientes necessário à formação da clorofila. O clima influi na disponibilidade de cobre. Altas temperaturas e altos níveis de umidade são desfavoráveis à liberação do cobre pela matéria orgânica do solo. Os sintomas de deficiência de cobre nas plantas são:
1. citros - surgem folhas amarelas e os ramos novos morrem.
2. cereais - folhas amareladas nas bordas, pontas secas e torcidas.
3. milho - amarelecimento entre as nervuras das folhas.
4. verduras - morte das folhas.
O cobre reage com a matéria orgânica formando compostos que não estão disponibilizados para as plantas imediatamente. Em solos com alto teor de matéria orgânica, as deficiências de cobre aumentam e a reposição deve ser feita anualmente. Existe incompatibilidade quando são mituradas fontes de cobre com os fertilizantes. As formas insolúveis de cobre podem melhorar a sua solubilidade quando incorporadas aos adubos granulados (NPK no grão). Os fosfatos de amônio, presentes nos fertilizantes fluidos, reagem com o sulfato de cobre formando compostos insolúveis.
Para corrigir as deficiências provocadas pelo cobre, recomenda-se a aplicação de sulfato de cobre (CuSO4) na faixa de 5 a 10 kg/ha.
As plantas absorvem o cobre na forma de íon Cu²+.

Ferro - sua deficiência aparece melhor em solos calcários, principalmente em citros, cereais, feijões, frutas, nozes e gramados. Sua baixa quantidade no solo acarreta uma baixa produção de clorofila. Os sintomas de deficiência são o aparecimento de um amarelecimento entre as nervuras de folhas novas. No sorgo, quando a deficiência é muito grande, as folhas se apresentam quase brancas. Estas deficiências são combatidas com aplicações foliares. No caso de deficiências muito severas deve-se mudar o tipo de cultura para uma mais tolerante. No RS é comum nas lavouras de arroz irrigado aparecerem "toxidez de ferro".
Em solos oxidados, a forma de absorção é o íon Fe³+. As plantas excretam substãncias orgânicas que reduzem o Fe³+ para Fe²+ que também é a forma mais comum de absorção.
A correção das deficiências se faz com sulfato de ferro (FeSO4) ou quelatos.

Manganês - está presente, também, na clorofila, na produção de carboidratos e no metabolismo do nitrogênio nas plantas. A quantidade de manganês influencia a de ferro na planta. Altos níveis de manganês reduzem os níveis de ferro. Os cereais, os feijões, o milho são muito sensíveis à deficiência de manganês. Os sintomas de deficiência são semelhantes a do ferro. A aplicação de fontes de manganês deve ser feita cedo pois os resultados são melhores do que quando ela se manifesta nas folhas. Deve-se preferir as pulverizações foliares. As fontes orgânicas de manganês são mais eficientes do que as inorgânicas. O manganês tem grande afinidade pelo ferro natural do solo tendendo a substituí-lo. Por isto deve-se preferir os sulfatos ou óxidos em solos com alto teor de ferro. No RS é muito comum a toxidez de manganês em solos ácidos.
O manganês é absorvido pelas plantas na forma de íon Mn²+.

Molibdênio - é importante para a fixação de nitrogênio (N) pelas bactérias do gênero risóbio, que vivem nos nódulos das raízes de leguminosas e no metabolismo do N nas plantas. Os sintomas de deficiência são semelhantes às apresentadas pelo nitrogênio. As crucíferas sofrem bastante com a falta de molibdênio (Mo). A deficiência, nestas culturas, se caracteriza por folhas longas, estreitas e irregulares - é chamada de "chicote". Na soja, alfafa e trevos, a deficiência de Mo torna-se muito séria. Nos citros aparecem pontos amarelos nas folhas e se a deficiência for muito severa estes pontos amarelos morrem e as folhas caem. A deficiência de molibdênio é comum em solos ácidos e muito lixiviados. A calagem corrige facilmente esta falta de molibdênio. Entretanto, o excesso de molibdênio é tóxico para os animais e plantas em germinação, além de prejudicar a absorção e as translocações do ferro pelas plantas.
A correção das deficiências se faz utilizando o molibdato de amônio de 0,5 a 1,0 kg/ha.
O molibdênio é absorvido pelas plantas na forma de HMoO4.

Zinco - em solos com baixo teor de zinco (Zn) disponível a aplicação de fosfatados deve ser feita em cobertura total. A aplicação em sulcos ou ao lado das fileiras acarreta deficiências deste micronutriente. A rotação de culturas pode favorecer o aparecimento de sintomas de deficiência. O zinco é importante no desenvolvimento dos botões florais, na produção de grãos e sementes, bem como influi na velocidade de maturação das plantas e sementes. Os sintomas de deficiência em algumas culturas são:
1. leguminosas - aparecimento de pontos pequenos de coloração bronzeada nas folhas mais velhas.
2. frutas - há um crescimento retardado dos brotos terminais, formação de roseta de ramos, folhas estreitas e amarelas entre as nervura.
3. milho - aparecimento de listas amarelas nos dois lados das folhas, no meio, iniciando nas folhas velhas.
4. sorgo - a produção de grãos é reduzida drasticamente.
As aplicações de fontes de zinco serão feitas cedo no solo e nas folhas. A realização desta prática , antes de aparecerem os sintomas, é importante para garantir altas produtividades das culturas e boas safras.
As deficiências de zinco são combatidas com a aplicação de sulfato de zinco (ZnSO4) na faixa de 5 a 10 kg/ha.
As plantas absorvem o zinco na forma de íon Zn²+.

De qualquer forma, a análise do solo e foliar são muito importantes para determinar os teores de micronutrientes no solo e nas folhas para corrigir as deficiências. Vale, antes de tudo, a aplicação preventiva, na época do plantio, com a utilização de fertilizantes que têm os micronutrientes incorporados no mesmo grão para um melhor aproveitamento pelas plantas. É preferível colocar antes do que remediar depois, com possíveis decréscimos na produção das culturas.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Os nutrientes das plantas (5) - Manganês (Mn),Molibdênio (Mo) e Zinco (Zn)


Micronutrientes
Manganês (Mn):
O manganês (Mn) é importante na produção de clorofila, de carboidratos e no metabolismo do nitrogênio. O manganês influencia o nível de ferro na planta. Altos níveis de manganês reduzem os níveis de ferro.
Os sintomas de deficiência de manganês são semelhantes aos do ferro, ou seja, folhas verdes com amarelecimento entre as nervuras.
O manganês é absorvido na forma de Mn++.

Molibdênio (Mo):
O molibdênio tem um papel significativo para a fixação do nitrogênio pelas bactérias, no caso das leguminosas. Atua, também, no metabolismo do nitrogênio na planta. O sintoma de deficiência é igual àquela do nitrogênio – folhas amareladas.
O excesso de molibdênio pode ser tóxico para os animais e para as sementes em germinação prejudicando a absorção e translocação de ferro pela planta.
O molibdênio é absorvido pela planta na forma de MoO4‾ ‾.

Zinco (Zn):
O zinco é fundamental para a síntese das proteínas, desenvolvimento das partes florais, produção de grãos e sementes e maturação precoce das plantas.
Em solos com baixo teor de zinco, a aplicação de fertilizantes fosfatados nos sulcos ou ao lado das fileiras das plantas induzem a deficiência de zinco. A aplicação dos fosfatados em cobertura total não afetou a disponibilidade do zinco.
O zinco é absorvido pela planta na forma de Zn++.

INTERAÇÃO ENTRE OS NUTRIENTES:

Excesso de cobre - afeta a disponibilidade do ferro
Ferro e manganês - são antagônicos
Zinco e ferro - são antagônicos
Potássio e cálcio - em altas doses diminui a absorção de boro
Aplicação de nitrogênio - aumenta a utilização e absorção de micronutrientes
Aplicação de magnésio - em altos níveis favorece a absorção de fósforo
Aplicação de fósforo - em altos níveis favorece a absorção de Molibdênio

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Os nutrientes das plantas(4) - Boro (B), Cobre (Cu) e Ferro (Fe)

Micronutrientes:
Boro (B):

O boro (B) apresenta uma série de atividades e funções nas plantas:
• Divisão celular;
• Viabilidade dos grãos de polén;
• Formação dos frutos;
• Metabolismo dos carboidratos e da água;
• Síntese das proteínas.

As deficiências de boro, de acordo com as culturas, são:

• Crescimento prejudicado;
• Má formação dos frutos;
• Morte dos brotos terminais;
• Folhas de bordos enrolados;
• Grande queda dos frutos;
• Amarelecimento das nervuras das folhas;
• Queda excessiva de botões florais;
• Fendas através do caule.

O baixo nível de umidade diminui a disponibilidade de boro. A aplicação de boro em excesso pode tornar-se tóxico para as plantas.
A forma de boro absorvida pelas plantas é a (BO³ ‾).

Cobre (Cu):

O cobre (Cu) é importante na formação da clorofila. O cobre é necessário em pequenas quantidades.
As deficiências de boro aparecem tanto em solos com alto teor de matéria orgânica como em solos arenosos e ácidos, e em solos alcalinos.
Altas temperaturas com alta umidade são desfavoráveis para a liberação de cobre pela matéria orgânica.
As deficiências mais comuns de boro são:
• Morte dos ramos novos;
• Folhas amarelas;
• Folhas torcidas com pontas secas;
• Amarelecimento entre as nervuras;
• Morte das folhas.

O cobre reage com a matéria orgânica do solo formando compostos que não são aproveitáveis pelas plantas de imediato. Por isto, em solos com alto teor de matéria orgânica há necessidade de aplicações anuais. A aplicação excessiva de cobre pode torná-lo tóxico principalmente em solos pobres de matéria orgânica.
O cobre apresenta problemas quando misturados com outros fertilizantes. O sulfato de cobre solúvel reage para formar compostos insolúveis com os fosfatos de amônio de fertilizantes fluidos.
O cobre (Cu) é absorvido nas formas Cu+ e Cu++.

Ferro (Fe):

O ferro é importante para a produção de clorofila e para o processo de respiração ou seja transferência de energia.
O amarelecimento entre as nervuras das folhas novas é um sintoma da deficiência de ferro. Uma deficiência severa pode apresentar folhas quase brancas como no sorgo.
Os fertilizantes foliares são a melhor via de aplicação de compostos de ferro.
O ferro é absorvido pelas plantas nas formas Fe++ e Fe+++.