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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Implantação de Canaviais em Pequenas Propriedades Rurais

"A cana-de-açúcar é uma cultura de alto potencial produtivo que responde muito bem à melhoria das propriedades físico-químicas e biológicas do solo. Devido a esse alto potencial produtivo, há grande remoção de nutrientes por ocasião da colheita, e devem ser suplementadas ações para assegurar a restituição deste elemento ao solo, com o objetivo de manter ou elevar a fertilidade do terreno. As tecnologias recomendadas pelos autores aos pequenos produtores rurais para a implantação e condução de canaviais têm resultado em alta produtividade no ciclo de cana-planta e pequenos decréscimos nos cortes subsequentes. Além disso, as técnicas propostas maximizaram o uso dos insumos da terra e de recursos humanos, com consequentes reduções de custos operacionais."(OLIVEIRA, M. W. et al.)

Nas pequenas propriedades rurais a produção de cana-de-açúcar destina-se, também, à alimentação dos animais. A sua utilização advém da sua alta capacidade de produção de forragens por área explorada. Então, são escolhidas as áreas de menor fertilidade e de utilização mais difícil do maquinário agrícola. Neste caso, são exigidas mais horas de trabalho do pessoal e, consequentemente os custos e o desgaste físico dos trabalhadores serão maiores. Por outro lado, se os rendimentos são altos, este custo e desgaste físico torna-se proporcionalmente menor. Nesta publicação vamos abordar uma série de práticas recomendadas por Oliveira et al para implantação de

terça-feira, 13 de abril de 2021

Calagem: Por que 90 dias Antes do Plantio?

O calcário agrícola é pouco solúvel em água e por isto tem baixa mobilidade no solo. Aplicado ao solo, o calcário proporciona uma elevação do pH, aumenta a disponibilidade de Ca e Mg e provoca uma redução nas quantidades de Al e (H + Al). Com isto, ganha-se um aumento na CTC e do V% na profundidade de 0-10cm, num período de 2 anos. Estes efeitos são observados em maior proporção na camada de solo 0-10 cm e menores nas camadas mais profundas podendo não ter nenhuma

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Ação do Gesso e do Calcário na Relação Ca:Mg



O calcário contribui para a neutralização da acidez do solo, com a elevação do pH, e adicionar Ca e Mg quando se utiliza um calcário dolomítico (>12% de magnésio). DEMATÉE observou que em solo que recebeu calcário, a aplicação de gesso agrícola (2 t/ha) aumentou a produtividade da soqueira em mais 10 t/ha do que a testemunha apenas feito a calagem. O gesso proporcionou um aumento dos

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Gessagem - Antes, Durante ou Após a Calagem ?


O gesso agrícola por possuir cálcio (Ca) não significa que ele tenha características de neutralizar a acidez do solo como faz o calcário. No calcário, o CO3 e o bicarbonato são responsáveis pela reação de neutralização. Por sua vez, o cálcio (Ca) permanece na solução do solo ou adsorvido ao complexo coloidal. Por outro lado, o gesso agrícola, na hidrólise, libera o Ca²+ e o SO4². Esses íons não neutralizam a acidez.
CaSO4.2H2O .......... Ca²+  +  SO4²-
O gesso agrícola, no caso de solos ácidos, apresenta uma vantagem muito grande ao promover um maior desenvolvimento do sistema radicular das plantas, criando condições para que as raízes absorvam nutrientes e água nas camadas mais

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Recuperação de Solos Salinos e Sódicos

Afloramento de sais

Os solos salinos se caracterizam por apresentarem manchas (solo desnudo), problemas físicos e químicos que contribuem, desfavoravelmente, para o crescimento das plantas e, consequentemente, diminuição da produtividade. Aqui se incluem os solos sódicos que apresentam pH maior que 8,5 e grande concentração de sódio (Na) trocável adsorvido aos coloides, tornando-se um solo com dificuldades imensas para ser trabalhado e, também, impermeável. A água de irrigação contém sais solúveis e seu manejo inadequado pode provocar a salinização, ou seja, uso constante, quantidade insuficiente para lixiviação dos sais e uma

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cálculo das Necessidades de Calagem e Gessagem no Perfil do Solo


Já abordamos dois métodos de calcular a necessidade de gessagem recomendados pela Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais- CFSEMG, que podem ser visualizados acessando os artigos seguintes:
Um terceiro método está em função da necessidade de calagem (NC) que

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Cálculo da Gessagem em Função do Fósforo Remanescente

Alguns laboratórios de análise de solo estão avaliando os teores de fósforo remanescente (Prem). Em Minas Gerais é uma prática comum e recomendada. É claro que o produtor deve solicitar a análise do teor de Prem. A determinação do Prem tem sido usada para recomendação de calagem e gessagem. Este método substitui o cálculo da gessagem em

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cálculo da Gessagem em Função do Teor de Argila do Solo

Na decisão de aplicar gesso agrícola nas camadas subsuperficiais, se deve ter em mente a profundidade do sistema radicular da planta, evitando aplicá-lo em camadas de solo onde as raízes não se desenvolvem. Uma planta com sistema radicular que se desenvolve na profundidade de 0 - 40 cm não é recomendado fazer a aplicação que atinja a camada de 40 - 60 cm. O porquê disto é que se deve proporcionar

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Cálcular Dose de Gesso Agrícola para Corrigir Sodicidade

São vários os fatores que promovem a salinização e sodificação do solo, ou seja, irrigação inadequada, presença de sais solúveis na água de irrigação e má drenagem do solo. Tudo isto, com o tempo e uso  constante, provoca um acúmulo de sais através do perfil do solo. E o problema se transfere para as plantas que encontram dificuldades em desenvolver e, consequentemente, queda na

terça-feira, 12 de junho de 2012

Substituindo Parte do Calcário pelo Gesso Agrícola

Substituição de parte do calcário por gesso agrícolaExistem várias recomendações  sobre  a aplicação de gesso agrícola. O consultor técnico de uma propriedade rural se vê diante de diferentes indicações de necessidades de gesso, seja pelo potencial da cultura, seja pela porcentagem de argila no solo, e outros, o que provoca uma não unanimidade na recomendação.  O gesso agrícola, por ser mais móvel que o calcário, carrega Ca para as camadas mais profundas, proporciona um melhor desenvolvimento radicular da planta e favorecendo as raízes irem

terça-feira, 17 de abril de 2012

Gesso Agrícola Favorece Desenvolvimento Radicular das Plantas

As recomendações de calagem e adubação se limitam à camada de solo de 0 - 20 cm. Talvez, porque várias culturas têm a maior parte de seu desenvolvimento radicular nesta profundidade e maior aporte de nutrientes disponíveis . Abaixo, nas camadas de 20 - 40 e 30 - 60 cm encontram-se as maiores deficiências, ocasionadas pela deficiência de nutrientes. O cálcio (Ca) é encontrado com baixos teores. O alumínio trocável (Al) é encontrado com altos teores, se

terça-feira, 13 de março de 2012

Manejo da Calagem e Gessagem no Cafeeiro

A acidez do solo se caracteriza pela presença de alumínio (Al) e/ou manganês (Mn) em quantidades elevadas, que limitam o crescimento das plantas e, consequentemente, a produção das mesmas. Mas, para saber em que nível de acidez está o solo, e a quantidade de calcário necessária para neutralizá-la, a análise do solo é importante para conhecê-la, bem como os teores de nutrientes presentes no solo, que são essenciais ao

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Emprego do Gesso Agrícola na Calagem Superficial

A calagem é uma prática fundamental nos solos brasileiros porque, geralmente, são ácidos e pobres em nutrientes. Com a calagem consegue-se elevar o pH do solo, aumentar os teores de Ca e Mg, aumentar a saturação por bases, diminuir os teores de Al e Mn trocáveis e, no caso das leguminosas, criar um ambiente propício para a fixação do N do ar pelas bactérias fixadoras. Tudo isto é fruto da dissociação do carbonato de cálcio que reage com os coloides do solo. Para o sucesso da calagem é necessário que o calcário seja aplicado com antecedência do plantio, uma

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Neutralização da Acidez Subsuperficial

Os solos do Brasil, além de serem ácidos, apresentam problemas de acidez subsuperficial, pois a incorporação do calcário nem sempre é possível fazê-la profundamente. Sendo assim, as camadas profundas, além dos 35 cm, podem apresentar níveis tóxicos de alumínio. As raízes, nestas condições, encontram dificuldades para absorverem os nutrientes do solo e para buscarem água. As plantas sofrem com os veranicos e limitação de produtividade. A aplicação de gesso agrícola contribui para diminuir a saturação de alumínio nas camadas mais profundas. O sistema radicular consegue, então, se aprofundar no solo e ao alcance dos nutrientes e água. Entretanto, não podemos confundir o gesso

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Calagem nos Pomares de Citros

Os pomares de citros também se situam em solos com baixa fertilidade: baixo teor de matéria orgânica; solos, como em Sergipe, em que predomina as argilas caulinitas, 1:1, de baixa reatividade; deficiências de fósforo (P). Na maioria dos pomares não há adubação e, consequentemente, as produtividades são baixas.
Para elevar a produtividade, que traga lucro para o produtor, é necessário, primeiramente, conhecer os níveis de nutrientes do solo. Para isto é preponderante realizar uma análise do solo e análise foliar.
Os citros se desenvolvem melhor em solos com pH 6,0-6,5 e uma saturação por bases (V) de 60 a 65%. Além disto, o cálcio e o magnésio são importantes nutrientes para as plantas; daí a preferência por calcários dolomíticos. O teor de magnésio deve ser mantido, no mínimo, em 0,9 cmolc/dm3.
Coleta de amostras de solo: A análise do solo serve para conhecer o nível de fertilidade de um solo, e assim recomendar corretamente os fertilizantes. Deve-se coletar o maior número de sub-amostras para que se tenha no final, após bem misturadas, uma amostra média representativa da área do pomar.
1) em pomares instalados: as amostras devem ser colhidas na área de projeção da copa das árvores. Para isto retirar amostras 60 dias após a última adubação, na profundidade de 0-20 cm; todavia, se a amostra de solo vai ser colhida com a finalidade de conhecer as limitações de nutrientes ao desenvolvimento das raízes, a profundidade deverá ser de 20-40 cm, pois com isto vai se buscar as deficiências de cálcio (Ca), e a presença de alumínio (Al).
2) na instalação dos pomares: divide-se a área em talhões, retirando-se cerca de 20 a 25 subamostras de cada um; misturadas bem vão originar uma amostra média que deverá refletir o estado de nutrição do solo. Na coleta das sub-amostras, a área deve ser percorrida em ziguezague.
Coleta de amostras para análise foliar:
As folhas devem ser coletadas em ramos com ou sem frutos. As folhas devem ser coletadas na altura média da planta – 1,6 a 1,8 m – em cada um dos quatro lados. Os frutos dos ramos devem ter quatro cm de diâmetro; deve ser colhida a 3ª folha depois do fruto e não pode estar danificada. Para cada dez hectares de um pomar homogêneo, coletar 25 amostras. As folhas coletadas são colocadas em um saco de papel e enviadas imediatamente ao laboratório; caso não for possível, guardá-las em um refrigerador no máximo três dias.

Calagem:

Estado de Sergipe:
Para calcular a necessidade de calagem (NC) usam-se os seguintes métodos:
1) Método do alumínio (Al) trocável e elevação dos teores da Ca e Mg
Como em Sergipe, os solos são de baixo teor de matéria orgânica, presença de argilas de baixa reatividade e presença de óxidos de ferro e alumínio, este método é o mais indicado, pois o alumínio é o principal causador da acidez destes solos. Por outro lado, este método, além de neutralizar o alumínio tocável, garante um aporte de Ca e Mg, no mínimo, 3 cmolc/dm³.
NC (t/ha) = 3 x Al x f  (1)
NC (t/ha) = 2 x [3-(Ca²+Mg²)] x f  (2)
f = fator de correção do PRNT do calcário utilizado. As recomendações de calagem são para um calcário que tenha 100% de PRNT. Quando o calcário comprado não tem este valor de PRNT deve-se fazer a correção. Logo se usa f= 100/PRNT.
Calculada as duas fórmulas (1) e (2), utiliza-se, como recomendação, a dose mais elevada.
2) Método de saturação por bases (V%):
NC = (V2-V1) x T x f
T = capacidade de troca de cátions a pH 7,0
Para citros, o V2 deve ser de 70% na profundidade de 0-10 cm.
Modo de aplicação do calcário:
1) em pomares implantados, o calcário deve ser distribuído em toda área e incorporado através de gradagem superficial.
2) na implantação de pomares, o calcário deve ser distribuído em toda a área antes de ser feita a aração e a gradagem.
Quantidade de calcário por cova:
Pode-se, também, misturar parte do calcário à terra da cova.
Exemplo: tamanho da cova 40 cm x 40 cm x 40 cm (LxAxP)
40x40x40 = 64.000 cm³ = 0,064 m³
O volume de 1 ha na profundidade de 10 cm é:
10 cm = 0,1m ; 1 ha = 100 m x 100 m = 10.000 m²
10.000 m² x 0,1 m = 1.000 m³
Se a calagem recomenda 3.000 kg/ha, a quantidade por cova será:
Em 1.000 m³ --------- 3.000 kg
0,064 m³-------------------X----
X = 0,064 x 3.000 / 1.000 = 0,192 kg = 192 g/cova
Se o calcário usado tem um PRNT de 80% devemos fazer a correção do mesmo. f = 80/100 = 1,25
Então: 192 g x 1,25 = 237,5 g/cova
Utilização do gesso agrícola:
A acidez superficial apresenta alta saturação por Al³, e baixos teores da Ca² nas camadas mais profundas. Isto limita o desenvolvimento radicular da árvore. O recomendado é a utilização de gesso agrícola para corrigir a acidez superficial, pois há uma percolação, junto com a água das chuvas, dos íons Ca² e SO4². Pesquisadores, como Alvarez, indicam o uso de gesso na proporção de 25% da necessidade de calcário. Se for recomendado 4 t/ha de calcário, usa-se 1 t/ha de gesso agrícola para a camada de 10 cm. Como se busca melhorar as condições do solo até a profundidade de 40 cm, a quantidade de gesso será de quatro vezes mais, ou seja, 4 t/ha. Entretanto, em solos com menos de 20% de argilas de baixa reatividade e com baixos teores de matéria orgânica, a quantidade de gesso não deve ultrapassar 2.000 kg/ha.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Calagem nas Culturas do Milho e da Soja

Os solos ácidos, além de apresentarem: níveis tóxicos de alumínio (Al) e manganês (Mn); deficiências de cálcio (Ca), magnésio (Mg); fósforo (P) e molibdênio (Mo); a ação dos fertilizantes químicos é reduzida. Neste sentido devemos pensar sempre, em primeiro lugar, em realizar a calagem com a finalidade de melhorar a fertilidade do solo. Deve-se trabalhar numa faixa ideal de pH 6,0; acima deste valor a disponibilidade dos micronutrientes Cu, Mn, Zn e Fe, vai diminuindo; como Mo e o P ocorre o inverso, vai aumentando.
O calcário escolhido deve apresentar características: eficiência relativa (ER) alta, e valor de neutralização (VN) equivalente em carbonato de cálcio.
O valor de neutralização (VN) é calculado da seguinte maneira:
O teor de CaO é multiplicado por 1,79
O teor de MgO é multiplicado por 2,48
Seja, por hipótese, um calcário que apresenta 38% de CaO e 12% de MgO. O valor de neutralização (VN) é:
VN = (38 x 1,79) + (12 x 2,48) = 68%+30% = 98%
O carbonato de cálcio é usado como padrão e seu VN = 100%.
A preferência deve ser sempre por uma calcário dolomítico, ou seja,que contenha Ca+Mg; os dolomíticos devem conter mais de 12% de MgO, enquanto os magnesianos contêm de 5,1 a 12% de MgO.
Solos que apresentam 0,8 cmolc/dm³ ou 80 mmolc/dm³ de Mg, a preferência deve cair sobre os calcários dolomíticos e magnesianos. Mas, para isto, é preciso conhecer o resultado da análise do solo com referência ao pH, teores e relação Ca/Mg.
O Poder relativo de Neutralização Total (PRNT) nos dá uma idéia da ação do calcário sobre a acidez do solo, num período de três anos.
As recomendações de calcário são baseadas na utilização de um calcário com PRNT = 100%. Quando o calcário apresentar valores de PRNT menores que 100%, deve-se fazer a correção da dosagem a ser aplicada.
Por exemplo: foi recomendada a aplicação de 5 t/ha. Mas o calcário comprado apresenta uma garantia de 80% de PRNT. A correção será:
Fator de correção (f) = 100 / 80 = 1,25
5 t/ha x 1,25 = 6,25 t/ha (quantidade corrigida)

Cálculo da Calagem:
São usados métodos para o cálculo da quantidade de calcário a ser aplicada na camada de 0-20 cm:

1° Método: Neutralização do Al e elevação do suprimento de Ca e Mg
Em solos argilosos com mais de 20% de argila:
NC t/ha = Alx2 + [2-(Ca+Mg)] x f

Em solos arenosos, teor de argila menor que 20%
NC t/ha = (Alx2) x f
NC t/ha = [2-(Ca+Mg)] x f
Usa-se a maior quantidade encontrada no cálculo das duas fórmulas acima. Fórmulas muito usadas nos Estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia.

2° Método: Saturação por bases do solo (V%)
NC t/ha = (V2-V1) x T x f / 100
V2 = valor de saturação por bases que buscamos;
V1 = valor de saturação por bases do solo analisado:
V1 = 100 x S / T onde S = Ca+Mg+K em cmolc/dm³
T = S + (H+Al) em cmolc/dm³
O valor V2 vai depender de cada região:
No Paraná, usa-se V2 = 70%; São Paulo e Mato Grosso do Sul, 60%; e nas demais regiões, 50% (exceto Rio Grande do Sul e Santa Catarina).
Outros trabalhos de pesquisa consideram, na cultura da soja, um valor a ser utilizado para V2 nestas condições:
55% - solos arenosos; CTC baixa; matéria orgânica baixa; e Zn, Cu e Mn, baixos;
60% - solos textura média; CTC média; MO média; e níveis médios de Zn, Cu, Mn;
70% - solos argilosos; CTC 8-11 cmolc/dm³; teor bom de MO; e níveis bons de Zu,Cu,Mn;
80% - solos muito argilosos; Níveis altos de CTC, MO, Zn,Cu,Mn.

3° Método: SMP
É utilizado nos Estados do RS+SC. Em solos com alto teor de matéria orgânica ou solos de campo nativo, a quantidade de calcário varia de ¼ a ½ SMP; solos com alto teor de argila (+55%), ½ SMP

Época de aplicação do calcário:
- três meses antes do plantio para que o calcário possa reagir e o pH seja elevado;
- regiões com períodos de chuvas de 6 meses e mais 6 meses sem chuvas, a calagem deve ser feita antes do término do período chuvoso.

Incorporação do calcário:
Deve ser incorporado numa profundidade mínima de 20 cm. A calagem muito superficial pode provocar ou agravar deficiências de manganês (Mn); além disto a disponibilidade dos micronutrientes é prejudicada nas camadas mais profundas, pois há uma elevação do pH na camada mais rasa. Para evitar isto é recomendada a gessagem.

Gessagem
O gesso agrícola vai mais profundo e elimina o Al tóxico e cria condições para um maior desenvolvimento do sistema radicular; a planta sofre menos aos veranicos, e a absorção de nutrientes é maior. Para recomendação de gesso deve-se fazer análises do solo numa camada de 20-40 cm: quando o teor de saturação por Al (m%) for maior que 20% e/ou quando o teor de cálcio for menor que 0,5 cmolc/dm³. O gesso deve apresentar um teor de enxofre (S) de 15%.
Uma fórmula de Souza & Lobato (1996) para o cálculo da dose de gesso (DG) é a seguinte:
DG kg/ha = 50 x teor de argila (%)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Necessidade de Gessagem - Parte II

Na Parte I da pulblicação "Necessidade de Gessagem", abordamos sobre o gesso agrícola, seus benefícios, quando aplicá-lo e fórmulas para calcular a necessidade de gessagem e quantidade de gesso.
Necessidade de gessagem - Parte I clique aqui

Quando aplicar

O bom é no período chuvoso, pois facilita que o gesso se dissolva e atinja as camadas abaixo dos primeiros 20 cm. É nestas camadas profundas que irá propiciar o maior desenvolvimento radicular, como no cafeeiro, e reduzir a toxidez do alumínio. Quando há necessidade de se aplicar o gesso a lanço ou incorporação de maneira imediata, pode-se lançar mão da irrigação.
No café, o gesso proporciona um aumento de produção de sacas de café beneficiado que compensa o custo de aquisição e de aplicação. São necessárias de 3 a 4 t/ha. O efeito residual do gesso é grande e na dosagem de 4 t/ha atinge até 10 anos. Mas o importante é observar que o gesso deve ser aplicado conforme o recomendado pela análise do solo. Alguns cafeicultores insistem em aplicar o gesso agrícola em altas dosagens sem fazer a análise do solo. Aqueles que aplicam o gesso sem levar em conta a recomendação podem obter aumentos de produções até um certo ponto. À medida que se aumenta a dosagem, os rendimentos vão aumentando, mas não de maneira proporcional, até um momento que eles não compensam os gastos com aquisição e aplicação do produto. Os rendimentos podem até diminuir. Isto é ocasionado pelo desequilíbrio de cátions no solo. Doses elevadas de gesso ocasionam perdas de potássio (K) e magnésio (Mg) por lixiviação.
Outras aplicações do gesso agrícola
O gesso agrícola pode ser usado em solos sódicos, pois o cálcio substitui o sódio (Na) no complexo de troca formando o sulfato de sódio que é lixiviado. O cálcio é mais fortemente retido pelo solo do que o sódio.
O gesso pode ser usado, também, no processo de compostagem para reduzir as perdas de nitrogênio (N).
Um solo arenoso, com baixa CTC e pequena capacidade de adsorver sulfato, a movimentação de bases seria maior que aquela para um solo argiloso com alta CTC e alta adsorção de sulfato. É neste tipo de solo, onde o potencial de movimentação de bases é elevado, que o produtor deve ter o cuidado com a quantidade de gesso aplicado para evitar uma movimentação além das camadas exploradas pelo sistema radicular. Uma amostragem de solo deve ser feita periodicamente para acompanhar a movimentação de bases para evitar uma drástica movimentação para camadas mais profundas longe da área das raízes.
O gesso é uma fonte de enxofre (S). O uso de fertilizantes concentrados é uma das causas para o aparecimento de deficiências de S. Na produção de fertilizantes concentrados, com altos teores de N, P e K, utilizam-se, basicamente, matérias-primas que possuem pouco ou nenhum S. Outra causa é o baixo consumo de fertilizantes simples, como os sulfatos de amônio e de potássio, os quais contêm alto teor de enxofre.
O aumento da produtividade das culturas extrai nutrientes do solo e que não são repostos na sua totalidade ou pelos cultivos sucessivos sem reposição do que foi exportado.
O manejo inadequado do solo ocasiona uma diminuição no teor de matéria orgânica. Os solos com bom teor de matéria orgânica apresentam bons índices de enxofre.
As leguminosas têm uma exigência de 40 kg/ha de S, enquanto as gramíneas pedem 15-30 kg/ha de S. As espécies das famílias das crucíferas são as mais exigentes chegando a 80 kg/ha de S.
Para corrigir as deficiências de S, são recomendados de 100 a 250 kg/ha de gesso agrícola.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Necessidade de Gessagem - Parte I

Os solos brasileiros, em geral, apresentam baixos teores de cálcio (Ca) e altos teores de alumínio (Al) trocável. Isto ocorre, com ênfase, nas camadas mais profundas. Desta maneira, o desenvolvimento radicular é superficial e aí concentrado. Disto ocorre que as plantas sofrem com os veranicos e a absorção de nutrientes é limitada à área de desenvolvimento das raízes. Comparando plantas que tiveram um aporte de gesso na camada de 20-40cm e 30-60cm elas tiveram um desenvolvimento de raízes em área e em profundidade. Nas profundidades subsuperficiais a concentração de raízes chegou a 29% e nas camadas mais profundas, ainda, a concentração de raízes foi de 19 a 12%. Já as plantas que não tiveram um aporte de gesso agrícola, a concentração de raízes foi maior na camada de até 20 cm. Nas camadas mais profundas de 40-60 cm, a concentração de raízes chegou a 1%.
Benjamin Franklin foi um líder fazendeiro e tentou aumentar a produção e qualidade das plantas. Tornou-se muito conhecido, nesta área, por ter aplicado sulfato de cálcio (gesso) em uma colina perto de Filadélfia. Ele escreveu as palavras: “Esta terra foi corrigida com gesso”.
O gesso é um subproduto das indústrias de fertilizantes. Para a obtenção do ácido fosfórico, as rochas fosfatadas são atacadas pelo ácido sulfúrico e desta reação são obtidos o sulfato de cálcio (gesso) e o ácido fluorídrico. Tratando-se a rocha fosfatada com uma quantidade maior de ácido sulfúrico, obtém-se ácido fosfórico e sulfato de cálcio (gesso) sólido em suspensão. O sulfato de cálcio é separado por filtração, originando uma grande quantidade de gesso como subproduto. Por tonelada de ácido fosfórico produzida, obtém-se quase 5 (cinco) toneladas de gesso.
Como o cálcio é pouco móvel no solo e quase nenhuma mobilidade na planta, o efeito da calagem não se observa nas camadas mais profundas. Mas o nutriente cálcio é importante para a planta. No café, as raízes vão atrás do cálcio e nos locais que ele não existe não haverá crescimento das mesmas. Por outro lado, o alumínio (Al³+), que é tóxico para as plantas quando em altas concentrações, está presente nas camadas mais profundas onde o calcário não consegue atingi-las. Desta maneira, altos teores de alumínio e baixos teores de cálcio nas camadas mais profundas não favorecem o desenvolvimento radicular e, assim, as raízes não conseguem buscar água e nutrientes.
O gesso agrícola, sulfato de cálcio, contém cálcio e enxofre (S). Contém 32% de CaO e até 19% de S. Ele se dissocia em Ca²+ e SO4²-. Mas o gesso não é um corretivo para neutralizar a acidez do solo. Tão pouco tem a capacidade de elevar a “Capacidade de Troca de Cátions – CTC”. Ele é um condicionador do solo.
Os benefícios do gesso agrícola são vários.
Entre eles:
1) o ânion SO4²- imprime uma maior mobilidade ao cálcio levando-o para as camadas mais profundas;
2) por sua vez, o íon sulfato se liga ao alumínio formando um sal, o sulfato de alumínio (AlSO4) , que é menos tóxico para a planta;
3) fornece cálcio e enxofre para as plantas.

Quando aplicar o gesso agrícola
O gesso deve ser aplicado quando, no mínimo, uma destas condições seja satisfeita:
a) teor de cálcio (Ca) menor ou igual a 0,4 cmolc/dm³ ou 4 mmolc/dm³. Para transformar cmolc em mmolc basta multiplicar por 10;
b) teor de alumínio (Al) maior que 0,5 cmolc/dm³ ou 5 mmolc/dm³;
c) saturação por alumínio (m%) maior que 30%. Alguns citam 20%.
O produtor agrícola pensando em aplicar gesso deve providenciar na análise do solo. Neste caso, a amostragem deve ser feita na profundidade de 20-40 cm ou 30-60 cm e não na de 0-20 cm como é feita normalmente. Lembre-se que para aplicar gesso, os resultados da análise devem ser de amostras retiradas das camadas mais profundas. Quando coletar amostras das camadas de 0-20, 20-40, 30-60 cm é preciso cuidar para não misturá-las. As amostras devem ser independentes de cada camada. Para isto, é bom ter o cuidado de não misturá-las e proceder à identificação de cada camada. Em geral, a profundidade mais usada é a camada de 20-40 cm.

Como calcular a quantidade de gesso agrícola
Existem várias fórmulas apresentadas pelos pesquisadores para calcular a necessidade de gesso. Vamos apresentá-las a seguir.

1) Necessidade de gessagem e quantidade de gesso:
MARTINS, André G. professor da UFV-MG estabelece a seguinte fórmula:
NG (kg/ha) = 0,30 x Necessidade de calcário recomendada para o solo.
IMPORTANTE: a necessidade de calcário é aquela recomendada para a camada de 20-40 cm onde vai ser aplicado o gesso. Esta fórmula tem apenas a importância de calcular a necessidade de gessagem (NG) e não a quantidade de gesso a ser aplicada no solo. Esta última vai ser definida pela fórmula abaixo:
QG (t/ha) = NG x (SC/100) x (PF/20), onde,
QG = quantidade de gesso em t/ha.
NG = necessidade de gessagem em t/ha calculada na fórmula anterior.
SC = superfície coberta pelo gesso (%). Para área total, utiliza-se SC=100% e para aplicação no café em faixas, SC=75%.
PF = espessura da camada onde o gesso deverá agir, em cm. Para camada de 20-40, PF = 20 cm. Para camada de 30-60 cm, PF=30 cm.
O gesso deve ser aplicado após o calcário. O calcário na camada de 0-20 cm e o gesso na camada de 20-40 cm ou 30-60 cm.
O gesso pode ser aplicado em cobertura, pois é muito móvel. Se a camada de 0-20 cm não exige calcário, pode-se aplicar o gesso em cobertura. Não há necessidade de incorporação do gesso. Uma corrente de pesquisadores recomenda aplicar calcário e gesso juntos. Outra corrente não aconselha.

2) Outra fórmula usada no café, leva em consideração o teor de argila das camadas inferiores do solo.NG (kg/ha) = 75 x argila (%), segundo Souza et al (1997). O gesso deve apresentar, no mínimo, 15% de enxofre (S).
3) Outras fórmulas utilizadas são:
Para culturas anuais – DG (kg/ha) = 50 x teor de argila (%) ou DG (kg/ha) = 5,0 x argila (g/kg)
Para culturas perenes – DG (kg/ha) = 75 x argila (%) ou DG (kg/ha) = 7,5 x argila (g/kg)

4) Vitti e Mazza (1998) apresentam a seguinte tabela para quantidade aproximada de gesso levando em consideração os valores T e V do solo.

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