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terça-feira, 27 de setembro de 2016

Solos Alcalinos - Como Baixar o pH.


A recuperação de solos alcalinos é mais difícil e leva mais tempo quando comparada à neutralização de solos ácidos. Segundo KIEHL (1979) a pluviosidade baixa acarreta o acúmulo de sais de Ca, de Mg, de K, e carbonato de sódio, de maneira a saturar o complexo coloidal, dando origem à alcalinidade dos solos. Estes solos são característicos das regiões áridas e semiáridas. Segundo o mesmo KIEHL, o solo torna-se alcalino quando a maior parte das cargas negativas dependentes de pH estão saturadas por bases. Estas desalojam o H+ que passa para a solução do solo. Portanto, as bases tomam conta da solução do solo.
Num solo alcalino, pH acima de 8, há a ocorrência de carbonato de cálcio e magnésio

terça-feira, 30 de abril de 2013

Fatores de Conversão do Enxofre (S) em cmolc, SO4 e Sulfatos


Continuando com as tabelas de conversão dos macronutrientes secundários, a vez é do enxofre (S). Na Tabela 1 estão os fatores para conversão do enxofre (S) em cmolc, grama de S, grama de SO4 (na forma de radical) e em g de sulfato de cálcio (CaSO4) e de sulfato de magnésio (MgSO4). O leitor poderá visualizar as publicações anteriores sobre as conversões de cálcio (Ca) e magnésio (Mg), lendo os artigos abaixo:
Fatores de conversão de Ca em cmol, CaO e CaCO3
Fatores de conversão de Mg em cmolc, óxido e MgCO3

Os fatores da Tabela 1 foram obtidos desta maneira:

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Adubação com Enxofre (S)

O macronutriente secundário enxofre (S) é exigido em quantidades elevadas pelas culturas, como àquelas do fósforo (P). O enxofre tem um papel importante na nutrição das plantas, pois é o constituinte das proteínas e essencial na fotossíntese, na fixação simbiótica do N do ar e conferir maior resistência às plantas em relação ao frio. No solo de Cerrado, 90% do enxofre está na forma orgânica. Sob condições de solos bem drenados, todo o enxofre mineral está na forma de sulfato, que provém da mineralização da matéria orgânica. As raízes das plantas absorvem o enxofre na forma de sulfato. Hoje em dia, o enxofre está se tornando um nutriente limitante da produtividade das culturas, pois quanto

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cálcio,Enxofre,Fósforo Adicionados pela Fosfatagem

A fosfatagem é uma prática importante para elevar os níveis de fósforo no solo, criando condições melhores para o desenvolvimento das plantas. Os solos brasileiros, em geral, por serem deficientes em P, requerem a aplicação de fertilizantes fosfatados. A prática da fosfatagem é feita a cada 3 anos, quando uma nova análise do solo vai definir se há necessidade de nova aplicação, em menores quantidades, ou os níveis estão próximos ao ponto crítico, não havendo, neste caso, necessidade de incorporar mais fósforo no solo, apenas a utilização do

terça-feira, 1 de junho de 2010

As Transformações do Enxofre (S) no Solo

Após o carbono (C) e o nitrogênio (N), o enxofre (S) é um dos elementos mais abundantes na terra. Ele é essencial para os organismos vivos  e fonte de energia para as bactérias litotróficas. Nos solos tropicais, os teores de S disponível são bastante baixos e não satisfazem as necessidades das plantas. Por isto a aplicação de fertilizantes que contenham o enxofre na sua composição, como o superfosfato simples, o sulfato de amônio e outros. No caso de pastagens e árvores (culturas permanentes), o enxofre necessário deve vir da reciclagem da matéria orgânica existente no solo; as reações microbianas ou químicas produzem sulfato (SO4--) disponível e absorvido pelas plantas. Segundo Shan et al. (1977), o S orgânico do solo pode

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Adição de Ca e S pela Correção do P com Superfosfatos

Na correção do teor de fósforo (P) no solo usamos superfosfatos simples ou triplo. Ambos, por serem solúveis em água, são prontamente disponíveis para as plantas. É claro que estão sujeitos à fixação do fósforo no solo. A diferença entre eles é a concentração do P e da presença de S no superfosfato simples. O supertriplo possui cálcio na forma de CaO.
Um técnico recomenda fósforo para atingir um teor de 12 mg/dm³ usando o superfosfato simples – 18% P2O5 e 8% S - como fosfatagem (correção do solo em fósforo). Ele também tem a opção do superfosfato triplo que possui 42% de P2O5 e 12% de CaO.
Qual a quantidade dos fertilizantes que seria aplicada como correção e quanto enxofre (S) e cálcio (Ca) estariam adicionando ao solo ?
É bom lembrar que mg/dm³ x 2 = kg/ha.
Logo 12 mg/dm³ x 2 = 24 kg/ha de P. Peso atômico do P =31
P2O5 ........................ P2
(31x2)+16x5 ............. 31x2.
142 kg/ha P2O5 ........ 62 kg/ha P
............X....................... 24 kg/ha P
X = 54,96 kg/ha P2O5
É bom lembrar, também, que a eficiência dos adubos fosfatados não é 100%. A planta aproveita de 15 a 25% do fósforo adicionado ao solo, dependendo de uma série de condições. Vamos utilizar a média 20%.
20% corresponderia 54,96 kg/ha P2O5
100% .............................. X ............
X = 274,8 kg/ha P2O5
Utilizando o superfosfato simples (SS):
100 kg SS ....................... 18 kg P2O5
.......X............................ 274,8 kg P2O5
X = (274,8 x 100) / 18 = 1.526 kg/ha de superfosfato simples
Em relação ao enxofre (S),
100 kg SS -------------------- 8 kg enxofre (S)
1.526 kg SS ......................... X ...
X= 122 kg S/ha.
Utilizando o superfosfato triplo (ST)
100 kg ST ............ 42 kg P2O5
...... X ................. 274,8 kg P2O5
X = 655 kg/ha de Superfosfato triplo
Em relação ao CaO do ST, teremos:
100 kg ST ............... 12 kg CaO
655 kg ST ......................X......
x = (12 x 655) /100 = 78,6 kg/ha CaO

78,6 kg/ha / 2 = 39,3 mg/dm³ = 0,039 g/dm³ CaO   "Lembre que mg/dm³ x 2 = kg/ha"
g CaO x 0,7147 = g Ca
0,039 g CaO x 0,7147 = 0,027873 g Ca
g Ca x 4,9900 = cmolc Ca
0,027873 g Ca x 4,9900 = 0,139 cmolc Ca

Estas fatores usados nas conversões podem ser vistos clicando Aqui


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Elevar os Níveis de P no Solo pela Adubação Corretiva

Para um máximo rendimento das culturas e elevar os níveis de fósforo (P) no solo, através da adubação corretiva, se preconiza a utilização de 3 a 10 kg de P2O5 solúvel em água para cada 1% de argila que o solo apresenta, para as culturas anuais.

Qual a quantidade de fósforo, na forma de P2O5, a ser adicionada ao solo com 200 g/kg de argila, usando-se os superfosfatos simples e triplo para elevar o nível do fósforo em 8 kg de P2O5. Como o supersimples fornece enxofre (S) e o supertriplo possui na sua composição o CaO, quais as dosagens a serem empregadas nos dois fertilizantes e os teores de enxofre(S) em kg/ha e o de cálcio (Ca) em cmolc/dm³?
Temos então um solo com 200 g/kg de argila = 20% de argila
"Como se usará 8 kg/ha de P2O5 para cada 1% de argila"
8 x 20 = 160 kg/ha P2O5
1) Utilizando o superfosfato simples (SS)

100 kg SS ................. 18 kg P2O5
......X......................... 160 kg de P2O5
X = (160 x 100) / 18 = 890 kg/ha de SS
Qual o teor de enxofre (S)?
100 kg SS .............. 8 kg de S
890 kg SS.....................X........
X = (890 x 8) / 100 = 71 kg de S/ha.

2) Utilizando o superfosfato triplo (ST)
100 kg ST .......... 42 kg P2O5
......X................. 160 kg P2O5
X = (160 x 100) / 42 = 380 kg/ha de superfosfato triplo.
Em relação ao cálcio,
100 kg ST ........... 12 kg CaO
380 kg ST ...................X......
X = (380 x 12) / 100 = 45,6 kg CaO/ha
"Podemos calcular o cmolc/dm³ de Ca, multiplicando cada 1% de CaO do produto pela constante 0.01783".
45,6 kg/ha CaO x 0,01783 = 0,81 cmolc Ca/dm³ 

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Adubação e Calagem da Soja no RS

Calagem:
A recomendação de calagem, no sistema convencional baseia-se no índice SMP; no sistema de plantio direto a recomendação é determinada pela análise dos critérios principais: pH em água e V%; não havendo concordância entre os dois critérios, analisa-se a porcentagem de saturação por Al (m%), e o teor de fósforo no solo. Leia mais sobre isto

Adubação da Soja:

Nitrogênio:
Devido ao processo de fixação biológica do N do ar pelas bactérias do gênero Risobium, não é recomendada a aplicação de fertilizantes nitrogenados na cultura da soja.

Fósforo e Potássio:
As recomendações para fósforo (P) e potássio (K) são determinadas pela Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC. Os assistentes técnicos das lavouras, os escritórios de extensão rural, etc, devem estar cientes das tabelas elaboradas por esta Comissão, para as diversas culturas, e assim recomendar as necessidades de adubação. A Comissão elabora tabelas visando dois cultivos em sucessão, e preconiza a prática de ser feita nova análise do solo após dois anos.
Vamos mostrar abaixo as recomendações para duas culturas em sucessão: no primeiro cultivo a soja, e no segundo cultivo, o trigo; conforme o teor de matéria orgânica e a interpretação de P e K no solo.


No trigo, a recomendação de nitrogênio (N) no plantio é de acordo com o teor de matéria orgânica; as quantidades levam em conta se a cultura antecedente foi uma leguminosa ou uma gramínea.
Convém chamar a atenção que as recomendações da Comissão para o trigo, a soja, são para uma expectativa de produção de 2.000 kg/ha.

Nosso objetivo aqui é mostrar que com as recomendações de nutrientes podemos chegar a diversas fórmulas que são similares, variando apenas a quantidade em kg/ha. Vamos supor cinco áreas de terra em que será feito um planejamento: plantio de soja no primeiro cultivo e trigo no segundo cultivo. Os dados de matéria orgânica e interpretação de P e K são hipotéticos.
Para a soja adotamos uma expectativa de produção média de 3.000 kg/ha. Para cada 1.000 kg/ha de expectativa de produção de soja, deve-se adicionar à recomendação a quantia de 15 kg/ha de P2O5 e 25 kg/ha de K2O, como fizemos no exercício. Na postagem já publicada "Encontrando fórmulas similares de adubo" mostramos como chegar às mesmas: leia aqui sobre este assunto



Como a cultura antecedente foi uma leguminosa (soja no primeiro cultivo) as doses de N, variam de 60 a 20 kg/ha conforme o teor de matéria orgãnica no solo. Mas quanto ao nitrogênio aplicado por ocasião do plantio do trigo, adotamos a dosagem de 20 kg/ha - pode-se usar de 15 a 20 kg/ha - e o restante deverá ser aplicado em cobertura.

Enxofre:
A soja responde à aplicação de enxofre (S). Em solos que apresentam teores de S inferiores a 10 mg/dm³ devem receber 20 kg/ha de S.

Micronutrientes:
A aplicação de molibdênio (Mo) deve ser feita em solos com pH em água menor que 5,5 , e quando a soja apresenta, no desenvolvimento inicial, uma coloração amarelecida generalizada das folhas; isto acontece porque o processo de fixação biológica ainda não está completamente eficiente. Uma maneira para evitar esta deficiência é, antes do plantio, misturar 12 a 25 g/ha de molibdênio com as sementes; ou quando a deficiência aparece na lavoura, aplica-se 25 a 50 g/ha de Mo, via foliar. Utilizam-se os molibdatos solúveis em água: molibdato de amônio que contém 54% de Mo; ou molibdato de sódio que possui 39% de Mo. A mistura de molibdato com as sementes deve ser feita antes da inoculação das mesmas. As aplicações foliares devem ocorrer 30 a 45 dias após a emergência.
Outros micronutrientes devem ser aplicados somente quando a análise do solo constatar deficiências de um ou mais elementos.
Entretanto, cuidados devem ser tomados quanto aos micronutrientes molibdênio e cobalto (Co): nas áreas que existe integração lavoura-pecuária, o teor de Mo nas pastagens deve ser avaliado constantemente. Sabe-se que a calagem eleva o pH, e isto aumenta a disponibilidade de Mo; por sua vez, o Mo pode afetar o metabolismo do cobre (Cu) em ruminantes. A aplicação de Mo no solo deve ser suspensa quando o teor do micronutriente, na parte aérea das plantas, atingir 5 mg/kg de Mo.
Quanto ao cobalto (Co), as quantidades a serem aplicadas não devem ultrapassar 3 g/ha de Co, para evitar a fitotoxidez para a soja.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Adubação da Cultura do Milho

O milho responde muito bem à correção da acidez e à aplicação de nutrientes através dos fertilizantes. A medida que aumenta a produção, as exigências de N e K são maiores; depois o Ca, Mg e P. É muito importante que o produtor de milho atente para o fato de aplicar no solo as técnicas modernas a fim de obter altas produções em suas lavouras que compensem os gastos com os insumos aplicados, mão de obra, investimentos, e principalmente a remuneração do seu trabalho. Hoje não se pode pensar mais em aventurar na lavoura: temos sementes de alta capacidade de produção desde que os produtores utilizem e apliquem as técnicas modernas, orientados por agrônomos e técnicos.
Nitrogênio (N):
É o nutriente mais absorvido pela planta de milho. Sua deficiência limita a produtividade. Entretanto, o N está sujeito a uma série de perdas: volatilização, desnitrificação, lixiviação. A sua eficiência na utilização pelas plantas é de 60%, motivada por estas perdas.
O nitrogênio (N), como o fósforo (P), é mais exigido na fase de desenvolvimento e no período de formação da espiga; a menor absorção se verifica no período compreendido entre a emissão do pendão e o início da formação da espiga. O importante são os solos apresentarem alto teor de matéria orgânica. Solos com baixos teores de matéria orgânica apresentam baixas produções ou torna-se oneroso a compensação com maiores quantidades de adubos nitrogenados. A mineralização da matéria orgânica, a reciclagem de resíduos de culturas e a aplicação de fertilizantes nitrogenados minerais ou orgânicos são as fontes de fornecimento de N para o milho. Podemos reduzir as aplicações de N se contarmos com bons teores de matéria orgânica no solo: para isto devemos dar ênfase à rotação de culturas; a integração lavoura-pecuária; a cobertura verde, etc. O plantio do milho sobre a palhada, de culturas anteriores, contribui para economia na aplicação de nitrogenados.
Para se determinar a quantidade de N recomendada para o milho deve-se levar em consideração o teor de matéria orgânica do solo, e a expectativa de produtividade.





O produtor deve planejar a sua lavoura: o essencial do negócio é a rentabilidade; deve-se levar em conta: os riscos; a ocorrência de geadas; a utilização de híbridos de alto potencial produtivo; a fertilidade do solo nas camadas de 0-20 e 20-40. Isto tudo satisfeito e havendo condições favoráveis, pode o produtor pensar em doses de N superiores a 150 kg/ha.
Para evitar a lixiviação, recomenda-se parcelar as doses de N nas seguintes condições:
1) solos arenosos – baixa matéria orgânica, baixa fertilidade, mal drenados:
até 30 kg/ha de N no plantio, e cobertura no estádio de duas a quatro folhas (V2-V4)
2) solos com menores perdas de N:
antecipar até 45 kg/ha de N; adubação de base na semeadura, e adubação de cobertura no estádio (V2-V4).
O milho, por remover grandes quantidades de N, precisa de adubação de cobertura com nitrogenados. E o milho responde à aplicação de nitrogenados com altas produções. A adubação nitrogenada antecipada deve ser feita no mesmo dia da semeadura para evitar perdas por lixiviação. A adubação em cobertura deve ser realizada até o estágio de 4 folhas, pois é nesta fase que se define o potencial produtivo do milho. Para a produção de cada 1.000 kg de grãos são exportados 16 kg/ha de N.
A adubação em cobertura do milho sequeiro deve ser feita com 40 a 80 kg/ha. Nas culturas irrigadas, devido às condições favoráveis para altas produtividades, deve-se aplicar de 100 a 150 kg/ha.

Fósforo:
O fósforo (P) é limitante à produção em solos da Região dos Cerrados. As exigências de P são menores que as de N e K. Mas sabe-se que do P aplicado ao solo, a planta aproveita de 15 a 25% devido à fixação do P no solo.

Potássio (K):
O potássio, após o N, é o segundo nutriente mais absorvido pelas plantas. Como nos demais Estados da Região Central, o teor deste nutriente, no solo, é pequeno: insuficiente para suprir as quantidades exigidas pelas culturas em sucessão. O milho também responde muito bem à aplicação de potássio (K). Aplica-se de 120 a 150 kg/ha de K2O. Em solos arenosos, a aplicação de doses superiores a 80 kg/ha de K2O, recomenda-se parcelar: metade da dose no plantio, e a outra metade junto com a adubação de cobertura nitrogenada. O potássio (K) é importante no período de 30 a 40 dias de desenvolvimento quando se verifica a máxima absorção; daí a necessidade de K como arranque neste período.



Enxofre (S):
Os solos do MS e dos Cerrados são deficientes em enxofre (S). A diminuição dos teores de matéria orgânica; o uso contínuo de fertilizantes cujas matéria primas apresentam pouco ou nenhum S; as quantidades extraídas pelas culturas contribuem para esta deficiência do nutriente no solo. Para se verificar a necessidade de enxofre é preciso fazer a análise do solo nas camadas de 0-20 e 20-40 porque este nutriente é muito móvel no solo e se acumula nas camadas mais profundas
A manutenção é feita com 5 kg de S para cada 1.000 kg de grãos de milho como expectativa de produção.
Micronutrientes:
No Brasil, o zinco (Zn) é o mais limitante à produção: principalmente na Região Central, em vegetação de cerrado. No caso de correção de deficiências, utiliza-se, via foliar, 400 l/ha de solução a 0,5% de sulfato de zinco neutralizada, com 0,25% de cal extinta.
As aplicações de calagens de maneira superficial (0-10 cm) ou rasa têm proporcionado problemas de deficiências de manganês (Mn).

Fonte: Embrapa. Fundação MS

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Adubação da Soja

A área plantada com soja no Brasil atinge 21,7 milhões de hectares. A produção nacional é da ordem de 57,1 milhões de toneladas.


A produtividade média está em 2.629 kg/ha ou 43,8 sacas/ha.
A soja responde muito bem à calagem e à adubação do solo. Como os solos do Brasil são deficientes em fósforo, há necessidade de repor este nutriente e outros que se fazem necessários. Para isto, uma boa amostra de solo, representativa da área, é questão fundamental para a recomendação da calagem e dos fertilizantes. O produtor não deve se descuidar desta prática pois ela é essencial, aliada a outras práticas culturais de acordo com a técnica, ao bom desenvolvimento da planta que irá se traduzir em ganhos de produitividade, compensando os gastos dispendidos na lavoura. Vamos abordar os macronutrientes primários NPK+S. Sobre os micronutrientes, já comentamos em publicações anteriores neste blog.

Nitrogênio (N):
O nitrogênio é o nutriente mais requerido pela soja. Para produzir 1.000 kg de grãos ela precisa de 83 kg de N. A principal fonte de N é a fixação biológica através das bactéria do gênero Rhisobium. Além da inoculação das sementes com as bactérias, é necessária a aplicação de 2-3 g/ha de cobalto (Co) e 12-30 g/ha de molibdênio (Mo). Estes micronutrientes são indispensáveis no processo de fixação biológica do N. A aplicação pode ser realizada via semente ou via foliar.

Fósforo (P):
É o nutriente importante na produtividade. Como os solos brasileiros são deficientes em fósforo, sua deficiência se manifesta no baixo porte da planta, na altura de inserção das primeiras vagens e na colheita.
Nos cerrados, a correção de fósforo deve ser feita quando vai se usar a área por um período de cinco anos com outras culturas como: milho, trigo, feijão. Ela pode ser feita de duas maneiras: a correção em uma única vez; e a correção gradual no plantio junto com a manutenção.



A adubação de manutenção é recomendada quando os níveis de P mg/dm³ estão em níveis médio ou bom.
Produção de 3.000 kg/ha – 60 kg/ha de P2O5
Produção de 4.000 kg/ha – 80 kg/ha de P2O5

Potássio (K):
Os solos dos cerrados se caracterizam por baixa CTC e baixo potássio. A soja responde à adubação com potássio. Na literatura há indicações que para cada 1 kg de K2O aplicado, a soja produz 8 kg de grãos a mais do que num solo sem adubação. A suficiência de K é de 30 mg/dm³ para solos arenosos e de 50 mg/dm³ para solos argilosos.
Solos com mais de 20% de argila – adubação corretiva total de potássio
Solos com menos de 20% de argila – não se deve fazer corretiva total de K devido às perdas por lixiviação.Para uma produção de 3.000/ha de grãos, aplicar 60 kg/ha de K2O. Nos solos com menos de 20% de argila deve-se preferir correção gradual de K à lanço ou parcelada. O parcelamento deve ser feito 50% da dose no sulco de plantio, e os restantes 50% em cobertura, 30 dias após a emergência.

Acima de 50 mg/dm³ usar adubação de manutenção (M) usando 20 kg de K2O para cada 1.000 kg de grãos a ser produzida

Atingido este nível deve-se fazer a adubação de manutenção (M) usando 20 kg de K2O para cada 1.000 kg de grãos a ser produzida.

Enxofre (S):
Os solos do MS e dos Cerrados são deficientes em enxofre (S). A diminuição dos teores de matéria orgânica; o uso contínuo de fertilizantes cujas matéria primas apresentam pouco ou nenhum S; as quantidades extraídas pelas culturas contribuem para esta deficiência do nutriente no solo. Para se verificar a necessidade de enxofre é preciso fazer a análise do solo nas camadas de 0-20 e 20-40 porque este nutriente é muito móvel no solo e se acumula nas camadas mais profundas A manutenção (M) é feita com 10 kg de S por uma produção esperada de 1.000 kg de grãos de soja.
Com base nas tabelas acima, podemos fazer as recomendações das quantidades de nutrientes a serem aplicados no solo através da utilização de fertilizantes químicos. Podemos usar várias fórmulas, que chamamos similares, que guardam uma relação constante entre seus nutrientes, e de acordo com as quantidades aplicadas estaremos colocando, no solo, a quantia correta dos nutrientes recomendados.


O importante é achar a relação em que estão os nutrientes; esta relação deve ser a mesma, ou com pouquíssimas diferenças, que encontramos na fórmula sugerida. E multiplicando esta relação por coeficientes (10, 15, 20, 18...etc), vamos obtendo as diversas fórmulas similares. Para saber a quantidade basta dividir o teor do nutriente recomendado pelo seu respectivo número na fórmula, e multiplicar por 100. Por exemplo: teor recomendado de potássio: 60 kg/ha de K2O ; valor do K na fórmula 00-20-15 é 15% de K2O. Logo: 60/15 x 100 = 400 kg/ha da fórmula 00-20-15. No quadro abaixo, podemos ver duas situações: diferentes teor de argila; diferentes interpretações de P e K no solo. As necessidades de P2O5 e K2O em kg/ha estão numa relação que multiplicada por coeficientes vão nos dar várias fórmulas que podem ser utilizadas (fórmulas similares), diferenciando-se, apenas, da quantidade a ser aplicada. Para outras interpretações de P e K, é somente adotar o mesmo raciocínio.
Fonte: Embrapa, Fundação MS

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Calagem e Adubação do arroz irrigado no RS - Parte I

No Rio grande do Sul, a área plantada com arroz é ao redor de um milhão de hectares e uma produtividade média de 7.500 kg/ha. O município maior produtor é Santa Vitória do Palmar - no Sul do Estado - com mais de 56 mil hectares e uma produtividade média de 7 mil quilos; segue Arroio Grande com 40 mil hectares e 6.700 kg/ha; Viamão com mais de 23 mil e produtividade de 6.040 kg/ha. Nesta Parte I vamos abordar sobre a calagem, necessidade de enxofre, micronutrientes e toxidez por ferro.
Solos submersos favorecem a disponibilidade de nutrientes; tantos os contidos no solo como os provenientes de adubos, isto é, fósforo (P), cálcio (Ca) e potássio (K). A eliminação da acidez para um pH próximo de 6,0-6,5 e a eliminação do Al³ trocável, são outros fatores da inundação de terras onde é cultivado o arroz irrigado. Apesar disto, os solos do Rio Grande do Sul são de fertilidade natural baixa o que requer a aplicação de fertilizantes para maior rendimento das lavouras de arroz.
A análise do solo é imprescindível para o êxito do empreendimento. Entretanto, muitas vezes, estas amostras não condizem com a realidade da situação da área; são tiradas de qualquer jeito e não são representativas. Por este motivo os resultados são errôneos, e, logicamente, as recomendações de adubação também o são.

A Calagem:
Em solos submersos, se verifica o efeito da “autocalagem”.
A autocalagem apresenta uma série de benefícios:a) eliminação do alumínio (Al) tóxico;
b) eliminação da toxidez de manganês (Mn);
b) aumento da disponibilidade de P e outros nutrientes;
c) aumento da atividade dos microorganismos.
Mas como o arroz irrigado é semeado em solo seco, e somente inundado 30 dias após a emergência das plantas, recomenda-se o uso do calcário segundo o índice SMP – pH 5,5. No sistema de cultivos com sementes pré-germinadas ou de transplantio de mudas, dispensa-se a aplicação de calcário; a inundação já deixa o solo corrigido e as plantas encontram melhores condições para o seu crescimento. A calagem é importante quando o solo apresentar deficiências de cálcio (Ca) e magnésio (Mg). O calcário dolomítico – que contém cálcio e magnésio – é o mais apropriado para atender estas deficiências. Quando solo apresentar teores de Ca de 2,5 cmolc/dm³, e magnésio de 0,5 cmolc/dm³, é recomendada a aplicação de 1 t/ha de calcário dolomítico.
A calagem, propriamente dita, apresenta benefícios também:a) promove o desenvolvimento do arroz no período entre a semeadura e a inundação;
b) fornece Ca e Mg;
c) promove parcial solubilização do ferro (Fe) cujos efeitos tóxicos começam a aparecer com a utilização das variedades modernas;
d) benefício para as outras culturas em rotação.
O calcário deve ser aplicado na camada de 0-20 cm, três meses antes do plantio.

O Enxofre (S):
Em solos pobres de matéria orgânica, de argila, de teores de S na análise do solo indicando menos que 10 mg/dm³, devem-se utilizar fertilizantes que contém enxofre (sulfato de amônio), aplicando-se até um máximo de 20 kg/ha.

Os Micronutrientes:Nos solos do RS, a resposta ao micronutrientes é muito baixa. Quando a deficiência for constatada devem-se fazer aplicações por via foliar.


A toxidez por ferro (Fe)
Em solos alagados acontece a redução do Fe³ para o Fe² promovendo a toxidez de ferro, pelo aumento da quantidade do nutriente na solução do solo. Há um acúmulo de Fe nas raízes (toxidez indireta), e, pela absorção concentra-se nas folhas (toxidez direta). Isto resulta na inibição e translocação dos nutrientes provocando um sintoma – o alaranjamento. Para reparar este problema devemos utilizar cultivares de arroz tolerantes à toxidez pelo ferro: IRGA 424, IRGA 425, são tolerantes; IRGA 414, resistente. A calagem prévia, para atingir pH 6,0, é outra forma de diminuir o problema.
A antecipação da aplicação de N – uma semana antes da diferenciação da panícula – contribui, também, para reduzir os efeitos da toxidez por ferro.
A utilização da irrigação intermitente pode, também, evitar o acúmulo de ferro.
Na próxima publicação "Calagem e Adubação do arroz irrigado no RS - Parte II", vamos comentar sobre adubação: os três macronutrientes primários - NPK - tabelas de recomendação e um exercício para por em prática os conhecimentos.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Os macronutrientes secundários

O cálcio, o magnésio e o enxofre são macronutrientes importantes para o crescimento e produção das culturas. O cálcio e o magnésio estão presentes no calcário dolomítico e são indispensáveis na correção da acidez do solo. Já o enxofre (S) tem um efeito primordial em solos alcalinos.

Cálcio - este nutriente ajuda a aumentar a produtividade das culturas pelo melhor crescimento das raízes, aumento da atividade microbiana, aumento da disponibilidade de molibdênio (Mo) e a absorção de alguns nutrientes. O aumento da área das raízes favorece uma melhor absorção de nutrientes que estão disponíveis numa área maior de solo. O cálcio reduz a solubilidade e a toxidez do manganês, cobre e alumínio. As plantas bem supridas de cálcio suportam melhor a toxidez causada pelo alumínio. O calcário é a principal fonte de cálcio junto com o gesso. A deficiência de cálcio provoca uma má formação dos grãos e folhas novas enroladas no milho. Os sintomas de deficiência deste nutriente se manifesta pelo desenvolvimento de um sistema radicular pequeno, as raízes ficam escuras e apodrecem. Como é pouco móvel na planta aparecem sintomas de deficiência nas folhas jovens. Daí a necessidade de um suprimento de cálcio contínuo pelo solo. Os solos argilosos apresentam maiores teores de cálcio do que os solos arenosos. Para os solos ácidos recomenda-se o calcário e para os solos alcalinos, o gesso (sulfato de cálcio) ou fertilizantes que apresentam os nutrientes no grão (NPK no grão) que contenham o cálcio para liberação rápida. O cálcio é absorvido na forma Ca²+.

Magnésio - o teor de magnésio no solo é menor que o de cálcio. Por ser muito solúvel está sujeito às perdas por lixiviação. O magnésio faz parte da clorofila. Sua deficiência provova um amarelecimento entre as nervuras das folhas velhas. No algodão, aparece uma cor avermelhada entre as nervuras verdes. Em forragens pobres de magnésio, os animais sofrem a "tetania dos pastos". Sua deficiência é mais nítida em solos ácidos.

Enxofre - a matéria orgãnica do solo é a maior fonte de enxofre (S), bem como o íon sulfato presente no complexo de trocas. O enxofre é absorvido pelas plantas como íon sulfato (SO3). O enxofre contido na atmosfera é uma das maiores fontes . Em solos com pH acima de 7,0 o enxofre não é facilmente aproveitado pelas plantas. Ele precipita-se como sulfato de cálcio insolúvel. Sua deficiência nas folhas é semelhante à do nitrogênio, com um amarelo pálido ou verde suave. O enxofre pode ser fornecido pelo óxido de enxofre, do ar, que entra nas folhas pelos estômatos. O enxofre ajuda a desenvolver enzimas, promove a nodulação para a fixação do N do ar pelas leguminosas, melhora a qualidade das sementes e é a fonte de proteínas e aminoácidos, como cistina, cisteína e metionina.
O superfosfato simples, além do fósforo, contém , também, enxofre na sua composição com um teor de 10-12% . O gesso, que é um sub-produto da fabricação do super simples, apresenta 12-18% de enxofre. Recomenda-se combinar a aplicação em cobertura de N e S conjuntamente. Existe no mercado nacional, fertilizantes que são a combinação de uréia com uma fonte de enxofre para ser usado em cobertura. Esta mistura fertilizante garante benefícios pois há um melhor aproveitamento do nitrogênio (N) do que quando a uréia é aplicada isoladamente, diminui as perdas por volatilização do N e apresenta menor custo benefício por hectare.
No solo 90% do enxofre está na forma orgânica. Solos com baixa matéria orgânica apresentam deficiências de enxofre. Os solos no Brasil são de baixo teor de enxofre, possivelmente causado pelas altas produções da culturas, de modo contínuo, pelas queimadas que causam a volatilização do S, pela alta relação C/S que dificulta a mineralização. Na mineralização, muitos fungos e bactérias atuam no processo que é muito importante. A utilização da matéria orgânica pelos microorganismos pode ocorrer tanto em condições aeróbias, cujo produto final são SO4²- e condições anaeróbias com H2S. As formas de enxofre encontradas no ar como SO2, H2S e SO2²- são formas gasosas e fontes muito importantes de S para as plantas. A decomposição das plantas libera dióxido de enxofre na atmosfera que aumenta a acidez da água da chuva, conhecida como "chuva ácida".
As plantas de milho apresentam maior absorção radicular de enxofre do que as plantas de soja, além de reter grande parte deste nutriente na raíz. Davi José Silva e outros, concluiram através de pesquisas que as plantas de milho apresentam maior absorção radicular de S do que as plantas de soja, além de reter grande parte deste nutriente na raiz. No milho, o enxofre aplicado a uma folha é transportado para o caule e para as raízes. Na soja, o enxofre absorvido tanto pela raiz quanto pela folha é transportado, em maior proporções, para as folhas superiores redistribuindo para outras partes da planta.
Em solos bem drenados, formas reduzidas são oxidadas a SO4²-, forma inorgânica e absorvida pelo sistema radicular. Porém as formas reduzidas, os sulfetos e H2S são importantes nos solos alagados e anaeróbios. Em condições de má drenagem existe o acúmulo de sais solúveis de enxofre. Nos solos alcalinos ou calcários existe as formas insolúveis.
As entradas de S no solo se dá através das chuvas e irrigação, pela mineralização das formas orgânicas, pelo intemperismo das rochas, e através dos fertilizantes.
As saidas de S do solo se verifica pela emissão de gases, pela adsorção, pela erosão, pela lixiviação, pela imobilização e pela absorção pelas plantas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Os nutrientes das plantas (3) - Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S)



Macronutrientes Secundários

Cálcio (Ca):

É outro macronutriente importante para as plantas. É chamado macronutriente secundário junto com o magnésio (Mg) e o enxofre (S).

Os efeitos indiretos do cálcio são tão importantes quanto o seu papel como nutriente. O cálcio promove a redução da acidez do solo, melhora o crescimento das raízes, aumento da atividade microbiana, aumento da disponibilidade de molibdênio (Mo) e de outros nutrientes. O cálcio reduzindo a acidez do solo, diminui a toxidez do alumínio (Al), cobre (Cu) e manganês (Mn). Plantas que apresentam altos teores de cálcio resistem melhor a toxidez destes elementos.
As vagens chochas na soja e as folhas enroladas no milho são sintomas de deficiência de cálcio.
O cálcio existe tanto na forma de cátion como parte insolúvel dos minerais do solo. As formas disponíveis Ca++ são adsorvidas nos colóides do solo. Pela troca de cátions, elas passam para a solução do solo e depois são absorvidas pelas plantas.
O calcário e o gesso são as principais fontes de cálcio e são, também, condicionadores de solos. Além destes, existem fertilizantes que contém na sua composição o cálcio como o superfosfato simples com 18-20% de cálcio, o superfosfato triplo com 12% e outros conforme quadro que apresentamos no Capítulo da Legislação Brasileira de Fertilizantes.

Magnésio (Mg):

Outro importante macronutriente secundário. O magnésio apresenta, no solo, teores menores do que o cálcio porque é mais solúvel e sujeito, então, às perdas por lixiviação. O magnésio é fornecido sob a forma de íons Mg++ pelo sistema de troca do solo. O magnésio, como o nitrogênio, é parte da clorofila e sua deficiência aparece com um amarelecimento entre as nervuras das folhas mais velhas.
A forma disponível é a Mg++ adsorvida aos colóides do solo. Pela troca de cátions, o íon Mg++ passa para a solução do solo.

Enxofre (S):

O enxofre contido na atmosfera é uma das maiores fontes deste nutriente. As deficiência de enxofre são parecidas com as do nitrogênio – folhas amarelo-pálido. O enxofre faz parte das proteínas e é absorvido em grandes quantidades.
No solo, a maior fonte de enxofre é a matéria orgânica e no íon (SO4‾) contido no sistema de trocas do solo.
O enxofre é absorvido pelas plantas na forma (SO4‾) altamente sujeita às perdas por lixiviação.