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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Encontrar a Relação C/N Ideal na Mistura de Três Resíduos Orgânicos

Já fizemos anteriormente uma publicação de como determinar a relação C/N de dois produtos " encontrando a relação C/N ideal na compostagem " Utilizando dois resíduos orgânicos na preparação do composto. Para saber mais acesse aqui. São vários estes resíduos, como você pode ver alguns deles no quadro aqui anexado. Nesta mistura de resíduos orgânicos devemos buscar uma relação C/N próxima de 30/1, ou seja 30 partes de carbono para 1 parte de N. Para isto, utiliza-se resíduo orgânico rico em carbono e resíduo rico em nitrogênio

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Cultivos Orgânicos - Cálculo da Adubação

Os cultivos orgânicos não podem receber fertilizantes minerais. O adubo orgânico é a principal fonte para suprir as necessidades destes cultivos. A adubação orgânica pode ser vegetal ou mineral, e ela contribui para aumentar a atividade dos micro-organismos do solo, repor os nutrientes retirados pelas plantações e melhorar a estrutura do solo. Os tipos de adubos orgânicos mais usados são o composto, o húmus, o esterco de animais e a adubação verde pelo uso das leguminosas. Estas leguminosas cobrem e

segunda-feira, 21 de junho de 2021

Aumentar o Teor de Matéria Orgânica do Solo com Esterco de Curral

 O resultado de análise do solo colhida na propriedade apresenta um baixo teor de matéria orgânica, ou seja 1,9%. O produtor tem o objetivo de melhorar este teor com o emprego de esterco de curral previamente curtido. A análise deste esterco demonstrou um teor médio de 32% de matéria orgânica. O objetivo é aumentar a matéria orgânica do solo para 2,5%, na camada de 0-20 cm. Então, quantas toneladas deste esterco curtido serão necessárias para

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Calcular a Mistura de Esterco mais Fertilizantes Químicos


A adubação orgânica pode ser utilizada pelo produtor aproveitando os resíduos que possui na sua propriedade. Algumas vezes, há necessidade de adicionar fertilizantes químicos para completar as deficiências em nutrientes. O esterco de curral é uma fonte bastante encontrada em quase todas as propriedades, principalmente naquelas que utilizam a produção animal. Mas, na prática, o cálculo para elaboração de  um plano de adubação

quarta-feira, 27 de março de 2013

Complementando a Adubação Orgânica com Fertilizantes Minerais


A utilização de adubos orgânicos vem tomando um impulso muito grande nos últimos anos. O produtor pode encontrar vários materiais orgânicos dentro de sua propriedade. Resíduos de culturas, adubos verdes, estercos de animais, são as principais fontes. Por apresentarem pequenas quantidades de nutrientes, os adubos orgânicos devem ser

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Repondo os Nutrientes pela Adubação Orgânica


O produtor rural, antes de utilizar os resíduos, deve fazer uma análise dos mesmos para ter uma ideia da concentração de macro e micronutrientes, bem como o teor de água. A concentração de nutrientes é expressa em matéria seca (MS). O material é seco em estufa a 65 ºC.
Os estercos sólidos e os resíduos orgânicos com muita fibra apresentam altos teores na relação C/N e menor quantidade de nutrientes minerais. Por isto, decompõem mais lentamente no solo e liberam menor quantidade de nutrientes para as plantas. Entretanto, são ótimos para o acúmulo de

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Aproveitamento de Resíduos Orgânicos no Meio Rural


A propriedade rural possui diversos resíduos orgânicos que, se bem aproveitados e manejados, são fornecedores de nutrientes que vão proporcionar aumentos na produção de grãos e frutos, além de melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do solo. Este é o lado positivo da utilização dos resíduos orgânicos. O lado negativo é que se não forem bem manuseados e curtidos constituem-se em fontes de risco para o meio ambiente, principalmente, em relação aos

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cálculo de Adubação nos Cultivos Orgânicos

Como o próprio nome imdica, as hortaliças orgânicas não podem ser adubadas com fertilizantes minerais. A matéria-prima a ser utilizada é o adubo orgânico, cuja recomendação vai depender de uma coleta de amostra de solo e a análise desta amostra será a base para recomendar uma correta adubação orgânica. É necessária a reposição de nutrientes exigidos pelas plantas para crescerem e produzirem. A adubação orgânica pode ser de origem vegetal ou animal, e a matéria orgânica presente contribui para melhoria da estrutura do solo,

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Esterco de Curral para Aumento da Matéria Orgânica

O solo de uma propriedade rural apresenta um teor muito baixo de matéria orgânica, cerca de 1,8%. O proprietário deseja melhorar os níveis de matéria orgânica (M.O) no solo elevando para 2,5%, utilizando um produto existente na propriedade, o esterco de curral que possui 30% de M.O. Quantas toneladas deste esterco, o proprietário rural deverá incorporar, por hectare, na camada de 0-20 cm? Ora, para atingir os 2,5% é preciso aumentar o teor de M.O. do solo em mais 0,7% (2,5-1,8%). Vale aqui relembrar algumas conversões de medidas:
0,7% de MO = 0,7 g/100g = 0,7 kg/100 kg = 0,7 t/100t
1 ha = 10.000m²

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Os Fertilizantes Organominerais

Os fertilizantes organominerais vem alcançando um destaque na adubação das plantas. Embora haja necessidade de maiores experimentações, o certo é que o consumo destes fertilizantes alcança 10%. Os fertilizantes organominerais apresentam efeito fertilizante com base nos teores de N, P2O5, K2O e de outros nutrientes. Nestes produtos, a liberação de fósforo da fração orgânica é de 50%, na primeira safra. O potássio, por sua vez, é liberado 100%. Os materiais orgânicos promovem uma melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo como, aeração, retenção de umidade e estrutura, aumento na capacidade de retenção de cátions, aumento da CTC do solo, do teor de P, do teor de matéria orgânica, e aumento da atividade microbiana do solo que irá agir na solubilização dos fertilizantes minerais liberando nutrientes para as plantas.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Encontrando a Relação C/N Ideal na Compostagem

Muitas vezes, o produtor rural tem na sua propriedade, uma série de resíduos orgânicos que podem ser utilizados na preparação do composto. A compostagem vai dar origem a um produto final que pode ser aplicado como adubo orgânico nas lavouras. São as tortas de mamona, estercos de gado, de aves e suínos, bagaço de cana, torta usina de cana, capim jaraguá, palha de café, etc. Ele pode misturar dois destes resíduos procurando obter uma relação C/N próxima de 30:1, Para a obtenção, ele deve mistura um resíduo rico em nitrogênio (N) com um resíduo rico em carbono (C). Os resíduos ricos em carbono aumentam muito a relação C/N, e a formação do composto é mais demorada. Se for usado mais resíduo rico em nitrogênio, a relação C/N diminui e há perdas do nitrogênio não aproveitado pelos microorganismos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Importância e o Manejo da Adubação Orgânica

O produtor, para elevar os níveis de fertilidade do solo, tem lançado mão da aplicação de fertilizantes minerais. Estes, entretanto, representam uma parcela grande nos custos de produção. Até o mês de agosto de 2010, a indústria de fertilizantes entregou 2,7 milhões de toneladas de fertilizantes, segundo a ANDA - Associação Nacional Difusão do Adubo. Considerado o melhor agosto de 2007, as entregas totalizam, no período de janeiro a agosto, 13,6 milhões de toneladas, ou seja, 2,4% a mais que igual período em 2009.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Os Tipos de Adubos Orgânicos

Os adubos orgânicos são originados de resíduos de plantas e de animais. Os adubos orgânicos podem ser simples ou mistura entre eles. Já o composto é obtido através de processos físicos, químicos, físico-químico e biológicos. Os organo-minerais são misturas de orgânicos e fertilizantes minerais.
Os adubos orgânicos simples são aqueles originados de plantas e de animais. Neste tipo temos os estercos de bovinos e suínos, camas de aviários, torta de mamona, turfa, linhita. Um cuidado especial é com a utilização de estercos e plantas que apresentem partes comestíveis pela população humana, pois eles têm, quando no estado fresco, microorganismos que podem causar doenças. Sua utilização só é permitida

terça-feira, 20 de julho de 2010

A Matéria Orgânica do Solo

A matéria orgânica (MO) seria formada de organismos, resíduos de vegetais e de animais, em decomposição. A matéria orgânica do solo é a principal reguladora da CTC do mesmo. O carbono (C) orgânico participa com 58% na composição da matéria orgânica do solo. Para se obter o teor de MO%, multiplica-se o teor de carbono por 1,724. Dividindo-se o teor de carbono por 20 teremos uma estimativa do teor de nitrogênio (N) no solo. Os solos contêm carbono cerca de duas vezes superior a da atmosfera e cerca de três vezes superior à presente na vegetação. A decomposição da matéria orgânica do solo libera CO2 para a atmosfera, e desta é absorvida, novamente, para formar a matéria orgânica.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Meta é Diminuir a Importação de Potássio

O Brasil importa mais de 90% do potássio consumido na fertilização das lavouras. Porém, o preço vem aumentando muito nos últimos anos o que se torna um problema quando se quer reduzir o custo de uma lavoura. A FertBrasil é uma rede de pesquisa e inovação, que congrega 138 pesquisadores e técnicos de 22 unidades de pesquisa da Embrapa e 73 de outras entidades de pesquisa e extensão. O objetivo é gerar e transferir tecnologia visando o aumento da eficiência dos fertilizantes, e identificar fontes alternativas de nutrientes, com a formação de novos produtos para a agricultura. Estas fontes seriam minerais e resíduos orgânicos. No caso dos orgânicos, os resíduos suínos e de aves. Segundo Vinicius Benites da Embrapa, 10 a 15% do potássio consumido no Brasil poderia vir de dejetos de animais. Outra fonte seria a vinhaça, subproduto da Usina de cana, rica em potássio, e que poderia suprir o equivalente a 25% do potássio importado. Nos minerais, a utilização de rochas silicáticas. A rede FertBrasil pretende disponibilizar no mercado 21 produtos e processos visando eficiência com economicidade. Com isto esperam alcançar uma diminuição de 1,40% na importação de potássio, de imediato. Será analisada, ainda, o impacto desta tecnologia no meio ambiente, em comparação com o emprego dos fertilizantes convencionais.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Compostagem - Manter a Relação C/N

No processo de compostagem é necessário conhecer os teores de nitrogênio (N) e carbono (C) de cada um dos resíduos utilizados; para determinar-se a relação C/N. Sabe-se que os microorganismos aproveitam 30 partes de carbono para 1 parte de nitrogênio. Por isto, é que se diz que a relação C/N de 30:1 é a mais indicada para a mistura. Mas nem todo material orgânico é aproveitado pelos microorganismos: eles aproveitam 10 partes de carbono para a sua biomassa e as outras 20 partes são perdidas na forma de gás carbônico, no processo de respiração. A relação inicial de 30:1 acaba caindo para 10:1. A prática é combinar materiais com C/N alta com materiais de relação C/N baixa.
Para se calcular quantas partes de material rico em carbono devem ser colocadas para cada parte de material rico em nitrogênio, utiliza-se a fórmula abaixo:
Onde:
Nn = % de N do material rico em N;
Cn = % de carbono (C) do material rico em N;
Nc = % de N do material rico em carbono;
Cc = % percentagem de carbono do material rico em carbono

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Cana-de-açúcar - Nutrientes e adubação (2)

Na Parte I tivemos a oportunidade de comentar a extração e exportação de nutrientes do colmo e folhas da cana-de-açúcar, a importância dos mesmos, as deficiências dos macros e micronutrientes, a necessidade da correção do solo.
Cana-de-açúcar - Nutrientes e adubação (Parte 1)

A recomendação de calcário para a cana planta, no Estado de São Paulo, baseia-se na percentagem de saturação por bases (V%).
NC = (V2 - V1) T / PRNT, onde
V2 = % saturação por bases que se quer atingir (60%)
V1 = % saturação por bases conforme análise do solo
T = capacidade de troca de cátions em cmolc/dm³
NC = necessidade de calcário em t/ha
Para quem não se lembra:
T = S + (H+Al) em cmolc/dm³
S = Ca+Mg+K em cmolc/dm³
1 cmolc/dm³ = 10 mmolc/dm³
Por exemplo: V1 = 12% ; V2 = 60% ; T = 15 cmolc/dm³ ; PRNT = 80, logo
NC = (60-27) x 15 / 80 = 6, 18 t/ha

Vitti & Mazza apresentam uma fórmula para o cálculo da necessidade de calagem (NC) levando em consideração os resultados das amostras colhidas de 0-20 cm e de 20-40 cm.
NC = (V2-V1)CTC¹ + (V2-V1)CTC² / PRNT
CTC¹ = T¹ = capacidade de troca de cátions da camada de solo de 0-20 cm
CTC² = T² = capacidade de troca de cátions da camada 20-40 cm
Nesta fórmula, a NC t/ha seria a quantidade de calcário para aplicar na camada de 0-40 cm de solo.Luz & Martins, citados por Vitti, apresentam a seguinte fórmula para a cana planta.
NC = (V2-V1)CTC¹ /PRNT + 1/2(V2-V1)CTC² /PRNT
A NC encontrada em t/ha é para a incorporação do calcário na camada de 0-40 cm.
A COPERSUCAR, recomenda para solos arenosos a seguinte fórmula para encontrar a NC.
NC = 3 - (Ca+Mg) x 100 / PRNT
NC = t/ha para a camada de 0-20 cm.
Na cana soca, Vitti & Mazza indicam a seguinte fórmula para calcular a necessidade de calagem.
NC t/ha = (V2-V1)T / PRNT . A dose máxima deve ser de 3 t/ha.Na fabricação do superfosfato simples, há uma grande produção de um subproduto - o gesso ou sulfato de cálcio dihidratado. O gesso é mais solúvel e mais móvel que o calcário e fornece nutrientes como o Ca e S para as plantas, corrige áreas sódicas e é um ótimo condicionador para estercos reduzindo as perdas de N por volatilização. Na correção das áreas sódicas, o Ca do gesso substitui o sódio (Na) adsorvido à argila com formação de sulfato de sódio que é móvel no solo. Por ser mais solúvel que o calcário, o gesso corrige a acidez do solo mais rapidamente além de liberar cálcio para absorção pelas plantas e desenvolver o sistema radicular com grandes benefícios para os cultivos. O gesso pode ser utilizado nas áreas de depósito da vinhaça as quais apresentam excesso de potássio. Neste caso, haverá formação de sulfato de potássio que é bastante móvel no perfil do solo. A aplicação e incorporação do gesso, com irrigação, promove uma substituição do potássio (K) adsorvido aos coloides do solo pelo cálcio (Ca) contido no subproduto. O gesso deve ser usado quando a amostragem de 20-40 cm apresentar teores de Ca menor que 0,5 cmolc/dm³ ou 5,0 mmolc/dm³, alumínio (Al) maior que 0,5 cmolc/dm³ ou 5,0 mmolc/dm³, saturação por alumínio (m%) maior que 30% e saturação por bases (V%) menor que 35%. No cálculo da necessidade de gesso busca-se atingir V2 = 50%. na camada de 20-40 cm.
NG = (V2-V1)T / 100  
NG (t/ha) = (50-V1).T / 100
Os valores V1, T são os encontrados nos resultados de análise das amostras colhidas na profundidade de 20-40 cm.A fosfatagem é uma prática que proporciona maiores volumes de P no solo, mas o problema é a maior fixação. Esta prática promove um melhor desenvolvimento radicular das plantas com melhor absorção dos nutrientes e da água do solo. Pelo desenvolvimento, as raízes vão mais longe, explorando um maior volume de solo, encontrando nutrientes e água para suportar melhor os períodos de estiagem. Os produtores devem buscar as recomendações de um técnico quanto às necessidades e quantidades de fósforo nos canaviais.
Na adubação verde preferir sempre uma leguminosa devido a fixação do nitrogênio do ar pelas bactérias fixadoras que vivem em simbiose nas raízes. Isto faz com que a adubação nitrogenada seja dispensada. A utilização da adubação verde assegura um melhor controle e menor perdas de solo carregado de nutrientes, pela erosão. A incidência de ervas daninhas é diminuída.
Quanto à adubação orgânica, os dois principais resíduos orgânicos da cana-de-açúcar são a torta de filtro e a vinhaça. A torta de filtro é rica em P2O5 e CaO e é utilizada na cana planta, em toda a área, nas dosagens de 30 a 60 t/ha. A torta substitui, total ou parcialmente, a adubação fosfatada, sempre procurando verificar a dosagem de P2O5 recomendada.
A vinhaça é empregada na cana soca fornecendo todo o K2O e parte de N. O restante do N deve ser aplicado em cobertura através dos adubos nitrogenados existentes no mercado.
Quanto à adubação de plantio, deve ser processada através da análise do solo. No sulco usa-se P e K. O nitrogênio (N) é aplicado na dose de 30 a 40 kg/ha. Se foi feita a rotação de culturas com uma leguminosa, dispensa-se o uso deste nutriente. A ureia aplicada em solos cobertos por palhada provoca perdas elevadas de N por volatilização de 50 a 94%. A chuva ou a irrigação com vinhaça pode reduzir esta taxa, pois arrastam o fertilizante para as profundidades do solo diminuindo a volatilização. O sulfato de amônio não sofre grandes perdas por volatilização mas a desnitrificação se faz presente. Quanta à palhada, as altas relações C/N, C/P e C/S indicam uma baixa de nutrientes N, P e S, e a planta responderá à adubação nitrogenada.
Vitti recomenda em solos com menos de 25% de argila, usar 100 a 150 kg/ha de P2O5 em toda a área e 100 kg/ha de P2O5 no sulco de plantio. Já em solos arenosos, aplicar 100 kg/ha de K2O no sulco de plantio e o restante em cobertura.
Na adubação da cana soca, para cada tonelada de colmos esperada, aplicar a dose de 1 kg/ha de N. Se a produção esperada é de 100 toneladas de colmos, aplicar 100 kg/ha de N. Quanto ao K, aplicar quantidades de acordo com a produção esperada e conforme os teores do nutriente nas amostragens de solos das soqueiras. Manter a relação N:K2O de 1:1 ou 1:1,5.

terça-feira, 2 de junho de 2009

A Relação C/N

Em áreas de plantio direto é comum o uso de plantas com a finalidade de cobrir o solo. Portanto, as plantas subsequentes são beneficiadas com esta prática. Tem-se verificado que as leguminosas possuem a relação C/N menor na parte aérea, liberam nitrogênio na sua decomposição, beneficiando as plantas em cultivos posteriores. Já as gramíneas, como a aveia preta, apresentam uma relação C/N maior o que sugere a adição de nitrogênio para a decomposição de sua palha.
As leguminosas que são fixadoras do nitrogênio do ar, graças ao rizóbio presente em nódulos nas raízes, são de decomposição mais rápida e com uma relação C/N próxina de 20. As gramíneas, pelo contrário, são de decomposição mais lenta e apresentam uma taxa C/N maior porque o conteúdo de nitrogênio (N) presente na massa verde é mais baixo.
O plantio continuado de uma mesma cultura, na mesma área, acarreta uma série de problemas tais como: queda na produtividade, aparecimento de ervas daninhas, maior ocorrência de doenças e pragas e a degradação do solo. No caso das doenças, os patógenos permanecem no solo atacando as novas plantas. Daí a necessidade de ser feita a rotação de culturas. A melhor prática é plantar soja e milho seguido de gramíneas. Em alguns locais, a rotação de culturas torna-se uma prática econômica.
Algumas plantas, como a ervilhaca, que têm a capacidade de fixar o nitrogênio do ar, chega a fornecer 90 kg/ha de N. Outras espécies, que não são fixadoras de N, apresentam raízes maiores e retiram o nutriente das camadas mais profundas do solo. Pela decomposição, devolvem este N ao solo nas camadas superficiais.
As plantas usadas na coberura do solo apresentam uma série de vantagens:
  1. diminuição do uso de herbicidas, pois há um controle sobre as ervas daninhas que não conseguem sobreviver;
  2. retém mais a umidade do solo;
  3. aumentam a matéria orgânica do solo pela decomposição da palha;
  4. maior controle de pragas e doenças pois o ciclo dos patógenos e insetos é interrompido com o plantio de espécies que não os hospedam;
  5. reduzem a erosão do solo pois a lavagem das camadas superficias, pela ação das chuvas, é dificultada;
  6. proporcionam melhoria das condições físico, químicas e biológicas do solo pelo aumento da matéria orgânica;
  7. reduzem a perda de nutrientes das camadas superficiais, pela ação das chuvas, em solos que sofrem com a erosão.
Mineralização da Matéria OrgãnicaPara que o N orgânico seja aproveitado pelas plantas é preciso que os microorganismos do solo promovam a mineralização da matéria orgânica. Os microorganismos do solo utilizam o nitrogênio (N) como energia e o carbono (C) oriundo dos restos vegetais para formarem tecidos do próprio corpo. O nitrogênio (N) excedente será liberado para o solo e colocado à disposição das plantas para o seu desenvolvimento e produção. Seria, por exemplo, o caso do milho em sucessão que aproveitaria este nitrogênio. " O N orgânico para ser mineralizado tem que ser primeiro imobilizado pelos microorganismos ".A relação C/N determinará o processo de decomposição, mineralização e disponibilidade de nitrogênio (N) para as plantas. Ela não é constante em todo o processo de desenvolvimento das culturas, mas varia com a idade das plantas. Restos vegetais que apresentam alta relação C/N, como o caso do azevém, aveia preta, centeio, sorgo granífero e o forrageiro, milheto e outras gramíneas, são de decomposição lenta e a liberação de N é menor por causa da mineralização lenta e a cultura em sucessão poderá não aproveitar todo o nitrogênio (N) que seria disponibilizado. O uso de palhada de braquiária, por ter uma relação C/N muito alta, não traz nenhuma vantagem no fornecimento do nutriente (N), apesar de contribuir para a cobertura do solo. Há o aparecimento de um inseto, o "bezouro cinza", que ataca as plantinhas de milho, quando cultivdo em sucessão, diminuindo a população de plantas e, consequentemente, a produtividade. O nabo forrageiro, como cultura de inverno, pode ajudar na redução populacional do bezouro cinza. Os custos com a dessecação da braquiária é mais onerosa pois necessita de 4 a 5 vezes mais dose, por aplicação, do que a usada quando se trata do nabo forrageiro. A dessecação do nabo forrageiro requer 1 l/ha de produto específico. Talvez, para áreas novas, na implantação do sistema de plantio direto, a braquiária possa ser utilizada.

Vamos supor um agricultor que tem na sua propriedade materiais como "húmus e alfafa. Ele quer estabelecer, na formação de um composto, uma relação C/N maior que 30:1. O húmus tem uma relação C/N 10:1 enquanto a alfafa 14:1. Juntando os dois materiais chega-se a uma relação C/N 12:1 (10 + 14 dividido por 2). Para chegar aos 30:1 ou mais, o agricultor terá que usar um produto rico em carbono (C) . Ele consegue isto com restos de cana-de-açúcar que tem uma relação C/N de 50:1 ou palha de aveia que tem uma relação C/N igual a 80:1. Se misturar o húmus e alfafa com os restos de cana vai conseguir uma relação C/N igual a 31:1 (12 + 50 dividido por dois. Se misturar o húmus e alfafa com a palha de aveia a relação C/N será de 46:1 (12 + 80 dividido por 2). O agricultor deve providenciar na análise dos materiais que tem na propriedade para um conhecimento melhor dos teores da relação C/N presente nos produtos.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Produtos orgânicos X fertilizantes minerais - Parte III

Os materiais orgânicos são divididos em quatro tipos:

1. Simples – são aqueles originados de plantas ou de animais. É o caso dos estercos de bovinos e suínos, camas de frango, torta de mamona, vermicomposto, turfa, linhita, etc... O esterco fresco, que contém microorganismos causadores de doenças no homem, não é permitido o seu uso em culturas, em que a parte comestível pela população humana possa entrar em contato direto com ele. Para isto, ele deve ser “curtido”, processo que pode levar até 90 dias dependendo das condições climáticas. O esterco fresco, durante o curtimento, deve ficar protegido e ser evitado o escorrimento de água que levaria embora os nutrientes contido neles.
2. Mistos – são originados da mistura de dois ou mais orgânicos simples;
3. Compostos – estes não são um orgânico natural. São obtidos por processos químicos, físico, físico-químicos ou biológicos. Podem ser, ainda, enriquecidos com nutrientes minerais. Formados por restos de vegetais e animais são obtidos por via aeróbica (presença de ar). Sua utilização é importante, pois melhora as condições físicas, químicas, físico-químicas e biológicas do solo favorecendo o enraízamento das plantas. Nos compostos se usa restos de vegetais, ricos em carbono (C), e de animais. O esterco é rico em nitrogênio (N). Isto é importante para estabelecer a relação C/N, que inicialmente deve ser 30/1. Devem-se usar mais resíduos vegetais ricos em carbono. O processo para formar o composto é distribuir camadas alternadas de restos vegetais e de animais. Cada camada vai sendo umedecida com água evitando-se o escorrimento para não haver perda de nutrientes. Pode ser enriquecida com fosfato natural, calcário, torta de mamona, etc... A cada 15 dias se faz o reviramento das camadas e umedecendo-as. O produto deve ficar protegido, por plástico ou lona, da chuva e do solo. O composto está pronto quando ele apresentar uma redução de volume de 1/3 e não ser possível distinguir os componentes iniciais. O vermicomposto é um orgânico composto resultante da digestão da matéria orgânica proveniente de estercos, restos vegetais e outros resíduos orgânicos pelas minhocas. O lodo de esgoto é um orgânico composto resultante do tratamento de esgotos sanitários dando origem a um produto de utilização segura na agricultura atendendo aos limites estabelecidos para contaminantes.
4. Organo-minerais – são misturas de fertilizantes minerais com orgânicos simples ou compostos. Não sofrem nenhum tratamento. No caso dos fertilizantes minerais, estes devem ser naturais e de baixa solubilidade. É o caso dos fosfatos naturais, calcário, que são produtos originados de rochas apenas moídas e não sofreram nenhum tratamento químico. O superfosfato simples, fonte de P2O5, não pode ser usado, apesar de a origem ser um fosfato natural, pois é tratado com ácido sulfúrico para aumentar a solubilidade. Apenas com autorização é permitido o uso de termofosfatos que são fosfatos naturais submetidos a um tratamento térmico a temperaturas acima de 1.000 ºC.

Seja uma cultura que exige, conforme recomendação técnica, 150 kg/ha de N, 250 kg/ha de P2O5 e 180 kg/ha de K2O.
Vamos partir do N que contém o esterco bovino. A fórmula a ser usada é:
Qp = Qr x fQp = quantidade de produto em kg/ha
f = 100/%MS
Qp = 150 x 20 = 3.000 kg/ha de esterco bovino
Estes 3.000 kg/ha fornecem em fósforo e potássio, o seguinte:
Fórmula: qdade de nutriente = Qp/f
P2O5 = 3.000/40 = 75 kg/ha
K2O = 3.000/20 = 150 kg/ha
Portanto, o déficit é no fósforo (250 – 75 = 175) e potássio (180 – 150 = 30). Vamos usar o produto cinzas que fornece potássio:
Qp = 30 x 10 = 300 kg/ha de cinzasA cinzas, por sua vez, fornece fósforo:
P2O5 = 300/40 = 7 kg/ha
Até agora, o esterco de bovino e as cinzas forneceram 75+7 = 82 kg/ha de P2O5  O déficit é: 250 – 82 = 168 kg/ha
Utilizemos o fosfato natural:
Qp = 168 x 3,3 = 554 kg/ha
Chegamos ao resultado final de 3.000 kg/ha de esterco bovino; 300 kg/ha de cinzas e 554 kg/ha de fosfato natural.
Leia os outros artigos Parte 1 e Parte 2
Produtos orgânicos x fertilizantes minerais - Parte 1
Produtos orgânicos X fertilizantes minerais - Parte 2

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Produtos orgânicos X fertilizantes minerais - Parte II

Na postagem anterior - Parte I - vimos os benefícios da aplicação de produtos orgânicos, as fórmulas a serem utilizadas para o cálculo da necessidade de produto e da quantidade de nutrientes que eles proporcionam ao solo. Na presente postagem vamos exercitar um cálculo para conhecer as quantidades de produtos a serem aplicadas, os nutrientes que eles vão fornecer às plantas, conforme as recomendações para as culturas, e a complementação de fertilizantes minerais.
Produtos orgânicos X fertilizantes minerais - Parte 1

Para isto, vamos supor um agricultor que possua um material orgânico proveniente de "cama de frango". Ele vai plantar trigo no 1º cultivo e milho como 2º cultivo.

1º Passo - conhecer a composição em nutrientes e matéria seca (MS) da cama de frango. Os nutrientes que desejamos conhecer seus teores é N, P2O5 e K2O.



Lote = o número de lotes que a mesma cama suportou. Vamos escolher a cama de frango (7-8 Lotes)
2º Passo - conhecer o índice de eficiência dos nutrientes no solo

3º Passo - conhecer as recomendações de nutrientes para cada cultura estudada.

4º Passo - calcular a quantidade de produto a ser aplicado ao solo

Iniciemos pelo potássio K2O . Apliquemos a fórmula já conhecida.
Qn = A x B/100 x C/100 x D
Onde Qn = quantidade do nutriente em kg/ha; A= quantidade de produto a ser aplicado em kg/ha; B = teor de matéria seca; C = teor do nutriente na composição do produto; D = índice de eficiência do nutriente.
60 kg/ha K2O = A x 75/100 x 3,5/100 x 1,0 ; 60 kg/ha K2O = A x 0,026 ; A = 60/0,026 ; A = 2.308 kg/ha ; A = 2,3 t/ha
Portanto, precisaremos de 2,3 t/ha de cama de frango (7-8 Lotes) para suprir os 60 kg/ha de K2O.

5º Passo - calcular as quantidades dos demais nutrientes
2,3 t/ha = 2.300 kg/ha
N kg/ha = 2.300 x 75/100 x 3,8/100 x 0,5; obtemos N = 33 kg/ha (arredondando)
P2O5 kg/ka = 2.300 x 75/100 x 4/100 x 0,8; P2O5 = 55 kg/ha
Portanto estas 2,3 t/ha fornecem 33kg/ha N - 55 kg/ha P2O5 - 60 kg/ha K2O.
Para o 2° cultivo esta quantidade residual seria:
N kg/ha = 2.300 x 75/100 x 3,8/100 x 0,2 ; N= 13 kg/ha
P2O5 kg/ha = 2.300 x 75/100 x 4/100 x 0,2 ; P2O5 = 14 kg/ha


6º Passo - calcular as quantidades de produto e nutrientes para o 2º cultivo
50 kg/ha K2O = A x 75/100 x 3,5/100 x 1,0 ; A = 1.900 kg/ha A = 1,9 t/ha
N kg/ha = 1.900 x 75/100 x 3,8/100 x 0,5 ; N = 27 kg/ha
P2O5 kg/ha = 1.900 x 75/100 x 4/100 x 0,8 ; P2O5 = 45 kg/ha

7° Passo - Calcular o deficit de nutrientes para complementação com fertilizante mineral.
Para calcular o déficit empregamos a fórmula: Dfn = Rn - Fn onde:
Dfn = déficit do nutriente em kg/ha; Rn = recomendação do nutriente em kg/ha, fn = quantidade de nutriente fornecida pela adubação orgânica.
Para o trigo os déficit são:
N = 60 - 33 = 27 kg/ha
P2O5 = 70 = 55 = 15 kg/ha
K2O = 60 - 60 = 0 kg/ha
Os 27 kg/ha de N podem ser supridos através de uma adubação de cobertura. Teria que ser adicionado 15 kg/ha de P2O5.
O déficit para o milho (2º cultivo) conforme a tabela 4 obtida por cálculos idênticos é 50 kg/ha de N e 6 kg/ha de P2O5  Os 50 kg/ha de N através de adubações de cobertura. Os 6 kg/ha de P2O5 teriam que ser adicionados.

8º Passo - calcular o residual deixado pela aplicação do produto no 2º cultivoOs 1,9 t/ha de produto aplicado no milho deixariam, como residual, para o próximo cultivo o seguinte:
N kg/ha = 1.900 x 75/100 x 3,8/100 x o,2 ; N = 10,8 kg/haP2O5 kg/ha = 1,900 x 75/100 x 4/100 x 0,2 ; P2O5 = 11,4 kg/ha

Leia a Parte 3:
produtos orgânicos x fertilizantes minerais - Parte 3