terça-feira, 13 de abril de 2010

As Vantagens da Fertirrigação

A fertirrigação, muito utilizada na fruticultura, no mundo inteiro, apresenta uma série de vantagens:

 aplicação da quantidade e concentração de um nutriente necessário à planta;
 aplicação de outros produtos como fungicidas, herbicidas;
 aplicação de misturas de fertilizantes e/ou fertilizantes líquidos que tenham, na sua composição, os micronutrientes;
 aplicação de nutrientes de acordo com as necessidades das plantas, evitando-se as dosagens excessivas de fertilizantes no solo, e a lixiviação de nutrientes;
 aumenta a eficiência dos fertilizantes aplicando-os com a água em faixas de solo onde as raízes estão com maior atividade;
 redução da movimentação e tráfego de máquinas agrícolas no pomar;
 subdivisão da aplicação ao longo do desenvolvimento da cultura no intuito de otimizar as aplicações, no momento que a planta necessita.

Entretanto, a fertirrigação tem as suas desvantagens:
 custo inicial de infra-estrutura;
 obstrução dos gotejadores;
 necessidade de mão de obra especializada que é obtida através de cursos e treinamentos;
 acidificação do solo, lixiviação de nutrientes, salinização do solo, se o sistema de fertirrigação não for bem manejado.
No sistema de fertirrigação a água deve ser aplicada de forma homogênea em toda a área a ser irrigada. Os sistemas mais eficientes são o "gotejamento" e a "microaspersão". Na fertirrigação, os fertilizantes utilizados devem ser solúveis em água.

A fertirrigação por gotejamento proporciona economia de fertilizantes e de água, em virtude da sua aplicação localizada. Entretanto, a fertirrigação proporciona um menor desenvolvimento do sistema radicular principalmente se ele foi iniciado muito cedo; porque as raízes, desde cedo, se acostumaram a receber água, não fazendo nenhum esforço para ir buscá-la nas camadas mais profundas do solo; isto é perigoso se houver um problema no sistema irrigação, e as plantas fique sem água por algum tempo. Em estufas, há o problema de salinização do solo, pois com a aplicação dos fertilizantes os seus sais aumentam em concentração e aumentam a condutividade elétrica; e como não há entrada de água das chuvas, há um grande perigo de toxidez para as plantas. A salinização é tóxica para as plantas e provoca, além das perdas de produtividade, a compactação química do solo com reflexos negativos na infiltração da água e no desenvolvimento do sistema radicular. A salinização pode ser evitada pela aplicação de lâminas de irrigação em excesso para que haja a lavagem da concentração de sais que estão em grandes quantidades.
Na fertirrigação, os nitrogenados mais usados são: nitrocálcio, nitrato de potássio, nitrato de amônio, uréia, sulfato de amônio, MAP purificado e DAP. No caso das hortaliças, no início do ciclo devem-se usar as formas amônia e amídica, que são mais bem aproveitadas pelas plantas jovens. No início do florescimento, as formas nítricas são as mais absorvidas e translocadas para as partes aéreas das plantas. Uma combinação de 30-65% de N na forma nítrica e o restante na forma amídica.
Quanto aos fosfatados (P), não recomendam a aplicação de fósforo via gotejamento: os fertilizantes fosfatados, na sua maioria, causam problemas de entupimento nos sistemas de irrigação. Entretanto, a pesquisa tem demonstrado que se aplicando uma parte do fósforo, por gotejamento, na forma solúvel, houve um aumento significativo da produção.
Se o pH da água for ácido, poderá ser utilizado o DAP; entretanto se o pH for maior que 7, e houver presença de cálcio, a preferência deve ser o MAP que apresenta poder acidificante. O ácido fosfórico é bastante utilizado na fertirrigação. O fósforo e o cálcio, via gotejamento, proporcionam ótimos rendimentos em solos com baixos e médios teores destes nutrientes. A fertirrigação aumenta a eficiência dos nutrientes P e Zn devido à movimentação por difusão, principalmente, em solos arenosos; por causa da maior concentração de fertilizantes na região mais úmida e de maior densidade de raízes.
Em relação aos potássicos (K), as fontes mais usadas são o nitrato e o sulfato de potássio. Há possibilidades, pela irrigação por gotejamento, se aplicar os treze nutrientes que a planta necessita para o seu crescimento e produção.
O Ca+Mg podem ser supridos através da calagem com o emprego de calcário dolomítico. O Ca, no caso to tomate, pode ser aplicado via gotejamento. Em alface, a recomendação de cálcio, na água de irrigação, é de 70 a 120 kg/ha; o nitrato de cálcio (20% Ca) ou cloreto de cálcio (24% Ca) são os produtos mais utilizados. No caso do magnésio, o sulfato (13% Mg) é o recomendado.
No caso do tomateiro, sistema de plantio direto, é recomendado aplicar parte do fósforo na base, no sulco de plantio e o restante via gotejamento. A adubação nitrogenada deve ser cuidada para evitar um desenvolvimento excessivo com prejuízos da produção. Os valores adequados de nutrientes, nas folhas de tomateiro são: N (4-6%); P (0,4-0,8%) e K (3-5%). A coleta das folhas para análise deve ser feita pela terceira folha com pecíolo, a partir da ponta, quando o primeiro fruto estiver maduro; coleta-se folhas de 25 plantas.
Na mistura dos fertilizantes deve-se levar em conta a compatibilidade entre eles para evitar problemas de entupimento das tubulações do sistema. Os cuidados devem ser maiores quando a água apresentar pH neutro-alcalino, presença de Ca+Mg e teores de bicarbonatos maiores que 50-150 ppm.

A prática da irrigação vem sendo muito usada pelos produtores devido ao aumento de produção das plantas e a possibilidade de produzir fora de época. E para aproveitar melhor esta irrigação, os produtores têm buscado utilizar a fertirrigação, ou seja, a aplicação dos nutrientes juntamente com a irrigação. E esta aplicação de nutrientes deve ser aquela recomendada pelos técnicos, baseada numa análise de solo.

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